No final do ano letivo, demissão imotivada reforça falta de comprometimento das escolas com profissionais e alunos. Instituições seguem com a linha “educação é mercadoria”
Continuidade, comprometimento, qualidade e educação foram conceitos que não fizeram parte do vocabulário de muitas instituições de ensino no ABC, em 2008. Somente entre dezembro do ano passado e janeiro de 2009, mais de 560 professores foram desligados das escolas e, na grande maioria, a demissão foi imotivada. Esse número é baseado nas homologações realizadas na sede do SINPRO ABC, excluindo os profissionais com menos de um ano de trabalho, que homologam na própria escola.
Na opinião do diretor do SINPRO ABC e professor do Sesi, Paulo Yamaçake, o elevado número de demissões traz à tona uma realidade: “As instituições não estão preocupadas com a qualidade de ensino e demonstram que não têm projeto pedagógico de continuidade. Isso é um desrespeito com os alunos e com os educadores”.
Educação x lucro
Muitos casos de demissão não estão relacionados com supressão de classes ou cursos. Atribuir à crise a responsabilidade das demissões? Pouco provável. Dados divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Contee, revelam que, apesar da retração nos mercados do mundo todo, a exploração comercial da educação no Brasil mantém a perspectiva de expansão. No ano de 2008, de acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), o setor da educação foi o segundo em número de transações acumuladas, com 48 no total, ficando a frente de áreas como tecnologia da informação, química e petroquímica, bancos e estabelecimentos financeiros e o setor de construção.
A Contee destaca, também, trecho de uma matéria publicada no jornal Gazeta Mercantil, em 16 de janeiro deste ano, em que Antonio Costa, diretor de operações da Anhanguera, anuncia: “Temos fôlego para atravessar esse período sem precisar tirar o pé do acelerador”. Daí a pergunta: por que tantas demissões, então? Somente na Anhanguera, no final do ano de 2008, cerca de 70 profissionais foram desligados. Em dois anos, a instituição realizou 20 aquisições, multiplicou por seis o número de alunos matriculados e, para 2012, pretende chegar a 350 mil estudantes. Dois pesos, duas medidas.
Em agosto de 2008, alunos da Anhanguera denunciaram, no jornal Diário do Grande ABC, os efeitos negativos da junção de turmas e superlotação das classes. Os alunos demonstraram insatisfação com a quantidade de educandos em cada sala e com a falta de estrutura para recebê-los.
Defesa dos trabalhadores
Infelizmente, a legislação brasileira não impede a demissão imotivada. “Para reverter essa situação e garantir o emprego dos professores, o SINPRO ABC tem participado de manifestações que reivindicam a ratificação da Convenção 158 da OIT, que barra esse tipo de ação”, explica o diretor do sindicato, professor Paulo Yamaçake, que esteve em Brasília, no final do ano passado, na V Marcha da Classe Trabalhadora.
Além disso, o SINPRO ABC realiza a homologação para garantir que todos os direitos sejam cumpridos e o docente receba o que lhe é de direito. E atenção, professor, não aceite fazer homologação em Tribunal Arbitral ou outro lugar que não seja o SINPRO ABC, pois isso pode acarretar perda de direitos. Em caso de dúvida, ligue 4994-0700.
No final do ano letivo, demissão imotivada reforça falta de comprometimento das escolas com profissionais e alunos. Instituições seguem com a linha “educação é mercadoria”
Continuidade, comprometimento, qualidade e educação foram conceitos que não fizeram parte do vocabulário de muitas instituições de ensino no ABC, em 2008. Somente entre dezembro do ano passado e janeiro de 2009, mais de 560 professores foram desligados das escolas e, na grande maioria, a demissão foi imotivada. Esse número é baseado nas homologações realizadas na sede do SINPRO ABC, excluindo os profissionais com menos de um ano de trabalho, que homologam na própria escola.
Na opinião do diretor do SINPRO ABC e professor do Sesi, Paulo Yamaçake, o elevado número de demissões traz à tona uma realidade: “As instituições não estão preocupadas com a qualidade de ensino e demonstram que não têm projeto pedagógico de continuidade. Isso é um desrespeito com os alunos e com os educadores”.
Educação x lucro
Muitos casos de demissão não estão relacionados com supressão de classes ou cursos. Atribuir à crise a responsabilidade das demissões? Pouco provável. Dados divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Contee, revelam que, apesar da retração nos mercados do mundo todo, a exploração comercial da educação no Brasil mantém a perspectiva de expansão. No ano de 2008, de acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), o setor da educação foi o segundo em número de transações acumuladas, com 48 no total, ficando a frente de áreas como tecnologia da informação, química e petroquímica, bancos e estabelecimentos financeiros e o setor de construção.
A Contee destaca, também, trecho de uma matéria publicada no jornal Gazeta Mercantil, em 16 de janeiro deste ano, em que Antonio Costa, diretor de operações da Anhanguera, anuncia: “Temos fôlego para atravessar esse período sem precisar tirar o pé do acelerador”. Daí a pergunta: por que tantas demissões, então? Somente na Anhanguera, no final do ano de 2008, cerca de 70 profissionais foram desligados. Em dois anos, a instituição realizou 20 aquisições, multiplicou por seis o número de alunos matriculados e, para 2012, pretende chegar a 350 mil estudantes. Dois pesos, duas medidas.
Em agosto de 2008, alunos da Anhanguera denunciaram, no jornal Diário do Grande ABC, os efeitos negativos da junção de turmas e superlotação das classes. Os alunos demonstraram insatisfação com a quantidade de educandos em cada sala e com a falta de estrutura para recebê-los.
Defesa dos trabalhadores
Infelizmente, a legislação brasileira não impede a demissão imotivada. “Para reverter essa situação e garantir o emprego dos professores, o SINPRO ABC tem participado de manifestações que reivindicam a ratificação da Convenção 158 da OIT, que barra esse tipo de ação”, explica o diretor do sindicato, professor Paulo Yamaçake, que esteve em Brasília, no final do ano passado, na V Marcha da Classe Trabalhadora.
Além disso, o SINPRO ABC realiza a homologação para garantir que todos os direitos sejam cumpridos e o docente receba o que lhe é de direito. E atenção, professor, não aceite fazer homologação em Tribunal Arbitral ou outro lugar que não seja o SINPRO ABC, pois isso pode acarretar perda de direitos. Em caso de dúvida, ligue 4994-0700.