Com consternação e repulsa, recebemos, na manhã desta quarta-feira (21/7), trechos do programa transmitido pela Rádio Jovem Pan, Morning Show, com ataques e difamações a sindicatos, em especial aos que representam professores.
Em comentários sobre a fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, a bancada atacou, de forma veemente e ignorante, a atuação do movimento sindical durante o enfrentamento à pandemia. Os ditos “comentaristas” afirmaram que as aulas presenciais demoraram a retornar por conta da pressão exercida pelos sindicatos e por comodismo da classe docente.
Se por um lado podemos nos sentir lisonjeados pelo reconhecimento à força que os movimentos sérios têm em nosso País, por outro, infelizmente, somos tomados de indignação às falas que apenas retrataram desconhecimento da realidade.
É de conhecimento público que o Brasil patinou em todas as esferas por incompetência e incapacidade de gestão do Governo Federal, que sempre minimizou a gravidade da situação, negligenciou a compra de vacinas e apenas atrasou o restabelecimento sanitário, econômico e social. Se a nação tivesse sido devidamente respaldada por uma autoridade presidencial responsável, certamente o cenário poderia ser outro.
Os profissionais da Educação em momento algum reduziram sua carga de trabalho. Muito pelo contrário. Toda a classe precisou se reinventar, comprar - do próprio bolso - recursos multimídias para que as aulas tivessem continuidade no formato remoto e atender, sem horário de expediente respeitado, alunos e responsáveis para sanar dúvidas. Tudo porque sabem de sua missão, mesmo que sem suporte de autoridades políticas ou empresários mantenedores de escolas.
Ao se referir aos sindicatos, o pseudo intelectual Adrilles Jorge usou termos como “não gostam de trabalhar, gostam de dinheiro e de mamar na teta; nefastos; câncer; burros, boçais, canalhas, ratos, vigaristas e criminosos de vagabundagem remunerada”, “que ceifam o direito moral, social e intelectual das crianças”. A ele, apenas lamentamos que use do microfone para disseminar, de forma desrespeitosa, ódio e ignorância, enaltecendo, assim, que de Educação ele nada entende ou pratica.
Por fim, ressaltamos que comparar o Brasil com países bem sucedidos, que já retomaram as atividades presenciais, reiteram a falta de parâmetros e de compreensão da realidade.
Cobrem, senhores locutores, ação do Governo Federal que vocês, sim, tanto defendem por interesses políticos. O movimento sindical luta bravamente para resistir diante das precarizações nas relações trabalhistas defendidas por empresários que colocam em primeiro lugar exclusivamente o lucro. Para nós, vidas, trabalho, saúde, educação e dignidade importam.
Se desconhecem a seriedade dos sindicatos e a rotina dos professores, ao menos não reverberem discursos ignorantes.