Foi com um panorama político-econômico sobre a América Latina que o presidente da Internacional de Educação, Hugo Yasky, iniciou a mesa de abertura do seminário internacional “Os diferentes modos de privatização da educação no mundo e as estratégias globais e locais de enfrentamento”, na noite de segunda-feira (21/9), no Hotel Braston, na capital paulista. O evento ocorrerá até quinta (24), e contará com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros.

O encontro é organizado pela Contee em parceria com a Internacional de Educação e as entidades nacionais dos trabalhadores da educação brasileira (CNTE e Proifes-Federação).

“Estamos há 10 anos de um momento que marcou um divisor de águas para o nosso continente, que foi o Não à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em todo os países da América Latina, que o governo dos Estados Unidos tentava implementar”, recordou Yasky, lembrando que logo em seguida o continente passou por mudanças significativas, elegendo governos progressistas.

Ele lembrou que atualmente dois projetos ainda se confrontam em toda a América Latina: o neoliberalismo, que defende privatizações e mantém a elite no poder; e o progressista, com políticas populares, de distribuição de renda, e que vêm sofrendo ataques da mídia capitalista em especial ao Brasil, Venezuela, Bolívia e Argentina.

Para combater os ataques ao projeto de desenvolvimento com investimentos sólidos em educação, salientou o papel da Educação na América Latina, do movimento pedagógico, e da importância da unidade dos povos. Para Hugo Yasky, é fundamental uma política educacional estruturante para dar sustentação ao avanço das conquistas

Já Eduardo Rolim, presidente do Proifes-Federação, que também integrou a mesa, salientou as contradições existente no atual governo brasileiro e a necessidade realizar mudanças mais profundas. Destacou as diversas formas de repasse de verba pública para a iniciativa privada na educação e a necessidade do controle social sobre essas movimentações financeiras.

Roberto Leão, da CNTE, reforçou as intervenções anteriores e avaliou a importância da escola pública, em especial onde a privatização avança de forma avassaladora como em Goiás, diante dos anúncios feitos recentemente, de entregar a administração de algumas escolas para organizações não governamentais (ONGs). O mesmo também vem sendo defendido pelo Espírito Santo e Tocantins.

Outra questão que também vem preocupando o dirigente, citada por ele, é a militarização em algumas escolas públicas. “Vivemos um momento difícil da realidade brasileira. Temos todas as dificuldades econômicas, políticas e só nós organizados seremos capazes de oferecer algum tipo de enfrentamento a essa situação”, disse Leão, enfatizando que ao discutir a privatização da educação no País, é preciso fazer essa contextualização.

Para Madalena Guasco, coordenadora geral da Contee, é fundamental enfrentar e criar estratégias conjuntas de luta contra a mercantilização do ensino, daí a importância da decisão no congresso mundial da IE de erguer essa bandeira, bem como da defesa da regulação e regulamentação do setor privado para defender a escola pública.

Agradecimentos

Na fala inicial da abertura, a coordenadora da Secretaria de Comunicação Social, Cristina Castro, agradeceu os palestrantes presentes, fazendo uma saudação especial a cada um deles, como Antonio Olmedo, Sam Sellar, Susan Robertson, Dalila Andrade Oliveira, Gil Vicente Reis de Figueiredo, Luiz Fernandes Dourado, bem como a Coordenadora Geral Madalena Guasco.

Imprensa Contee


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