Professores do Ensino Privado aprovam reajuste que protege massa salarial e ganho real no ensino básico

Em assembleias realizadas neste sábado, 21, no ABC e em outros 25 municípios do Estado, os professores da rede privada aprovaram as propostas de reajuste salarial para as convenções coletivas de trabalho de 2016.

Para o segmento do Ensino Superior, o acordo é de 10,57% de reajuste salarial (com 7% retroativo a março e o complemento em setembro, e um abono de 21% sobre o salário corrigido em outubro).

Na Educação Básica, que inclui os ensinos Infantil, Fundamental e Médio, a proposta aprovada foi de um acordo por dois anos, com reajuste de 11,5% em 2016 (com 7% retroativo a março, e o complemento em setembro, com um abono ou PLR de 12% do salário bruto neste ano; e, 2017 os salários serão reajustados integralmente em março pela média dos índices de inflação com acréscimo de 1% de aumento real, além de abono ou PLR de 18% em Outubro). Essa proposta significa um ganho real de 0,93% sobre os salários de fevereiro de 2016.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do ABC, José Jorge Maggio, o acordo beneficia a categoria, “já que a massa salarial foi preservada e no caso do ensino básico houve ganho real, o que diferencia os salários, dando poder de ganho para os professores e professoras”.

Para Celso Napolitano, presidente da FEPESP-Federação dos Professores do Estado de São Paulo, que coordenou as comissões de negociação junto aos sindicatos integrantes, “essas foram negociações duras, onde o setor patronal se ancorou em alegações sobre uma crise que não atingiu o setor educacional. Conseguimos repor as perdas e recompor a massa salarial dos docentes e auxiliares de ensino com este acordo”.

Além dos reajustes, os dois setores ainda incluem atualização de itens de cláusulas sociais da convenção coletiva, incluindo férias, piso salarial, bolsas de estudo, representação sindical e outros.

EaD –Ensino à Distância

A regulamentação da prática de Ensino à Distância (EAD) é um item inédito na convenção coletiva do Ensino Superior, também aprovada pelas assembleias deste sábado. A EAD é uma modalidade de ensino que utiliza meios pedagógicos e ambientes virtuais, com apoio de tecnologias que ampliam o trabalho do docente e promovem grande economia por parte das escolas. “É o ensino semi-presencial”, diz Celso Napolitano, “altamente lucrativo para as escolas, onde o professor passa a dar aula para um número muito maior de alunos, mas sem a compensação adequada ao novo formato. ”

No terceiro segmento que tem negociações coordenadas pela comissão salarial da FEPESP, o dos professores e técnicos de ensino das escolas do SESI e do SENAI, não houve proposta encaminhada às assembleias. A direção das escolas do SESI/SENAI não aceita discutir ajustes em propostas e a Federação encaminhou a renovação dos acordos coletivos ao Tribunal Regional do Trabalho, procurando mediação que leve o setor patronal a justificar sua recusa. O requerimento de dissídio coletivo para os acordos do SESI/SENAI será protocolado nesta segunda-feira, 23.


Mais Lidas