Sindicatos, entre eles o SINPRO ABC, e movimentos sociais que integram a Frente Brasil Popular do Grande ABC lançaram, na manhã desta segunda-feira, no auditório do Sindicato dos Químicos do ABC, em Santo André, o Comitê Regional Contra a Reforma da Previdência.
O lançamento foi feito durante um seminário sobre o tema, que contou, como debatedores, o ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, e os deputados federais Vicente Paulo da Silva (Vicentinho) e Arlindo Chinaglia. Ao final, foi lido e aprovado um manifesto do Comitê que alerta à população sobre o que está em jogo com a reforma da Previdência: REAJA OU SUA APOSENTADORIA ACABA AQUI NO ABC E NO BRASIL.
O documento contextualiza e pontua os ataques da proposta de Reforma da Previdência e faz um chamamento para a mobilização e esclarecimento da discussão nas fábricas, sindicatos, escolas, bairros, igrejas e partidos políticos e populares para pressionar os deputados. “A organização dos trabalhadores e população nas ruas e em movimentos de paralisações, além de caravanas periódicas em Brasília é que poderá deter essa reforma maldosa e a supressão de outros direitos e políticas sociais”, pontua o manifesto.
Transformar a indignação em pressão popular
Na mesa que abriu os trabalhos, estavam representantes da OAB Diadema; da Marcha Mundial das Mulheres, da CUT ABC, CUT SP, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Sindicato dos Químicos do ABC.
No plenário, lotado, estavam lideranças de vários sindicatos da região, entre eles o SINPRO ABC, parlamentares e militância em geral.
“Decidimos fazer este momento formativo para preparar as lideranças e militância para ir à rua fazer a discussão com a população. Além da CUT, que já integra a Frente Brasil Popular, estamos chamando as demais centrais sindicais e entidade da sociedade civil para integrarem o Comitê. Nosso objetivo é unir forças para que essa reforma não aconteça”, explicou o coordenador da CUT ABC José Freire.
Os debatedores foram além de informar sobre os pontos propostos por Temer, que institui, para homens e mulheres, a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos e para receber o teto máximo será necessário contribuir por 49 anos. Eles fizeram o debate político com os presentes, pontuando o engodo da afirmação do governo que a Previdência está deficitária e o discurso de medo que sem essa reforma a Previdência Social e benefícios como bolsa família irão acabar.
“O que de fato está em discussão é a disputa para onde irão os recursos da União: para o bem-estar da população ou para engordar os caixas dos rentistas”, pontuou o ex-ministro da Previdência Carlos Eduardo Gabas.
O deputado Arlindo Chinaglia, que integra a Comissão Especial da Reforma da Previdência da Câmara Federal, afirmou vigorosamente que a Reforma de Temer é inaceitável. “Reparem, eles acabaram com a aposentadoria por tempo de contribuição, que virou aposentadoria por idade. E quem não conseguir se aposentar, o que acontece? E o idoso que tem 65 anos de idade, mas não tem 25 anos de contribuição? Ele não se aposenta. Estão jogando os idosos às traças”, enfatizou.
“Não existe sociedade possível sem direitos mínimos. Estão em jogo com a reforma os direitos humanos da camada mais pobre da sociedade, como os idosos, deficientes, viúvas, trabalhadoras, em especial às mulheres negras. Mas não resolve a gente mostrar indignação, isso não basta. É preciso transformar isso em voz e pressão popular”, finalizou Gabas.
Fonte: Sindicato dos químicos do ABC