Contee realiza o primeiro curso de formação e gestão sindical

Com a participação de 32 sindicalistas de 14 sindicatos, duas federações e da própria Confederação, vindos de oito estados e do Distrito Federal, a Contee realizou, dias 18 e 19 de agosto, em São Paulo, seu 1º Curso Nacional de Formação e Gestão Sindical. “Já estamos pensando na continuidade desta atividade. Vamos constituir, com as entidades filiadas, um Grupo de Trabalho de Formação, para preparar os próximos cursos”, anunciou Guilhermina Luzia da Rocha, que coordenou o evento.

Realizado em conjunto com o Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES), o curso abordou concepções sindicais, a importância do Planejamento Estratégico Situacional (PES) e da formação sindical, a gestão financeira para entidades sindicais e a origem e história do movimento sindical brasileiro. Foram realizadas palestras, atividades lúdicas e discussões sobre o conteúdo ministrado e a conjuntura nacional, de crise política, econômica e social e ataque aos direitos trabalhistas e às entidades sindicais por parte do Governo Temer.

Augusto Petta, ex-presidente da Contee e um dos professores do CES, considerou que cursos como este “podem dar força significativa para a luta, para formar convicções nos trabalhadores sobre a necessidade de se organizar para defender e avançar nos seus direitos”.

A professora Liliana Lima lembrou que “a formação sindical necessita ser uma das prioridades permanentes das entidades e o PES precisa incorporá-la – na verdade, é a forma de viabilizá-la. Trabalhar a formação implica em desenvolver a capacidade de planejar para a vida em geral”.

O professor e economista Ednilson José Arendit explanou que a entidade sindical desenvolve a luta econômica, política e ideológica, “e o papel da administração é assegurar a eficácia e eficiência do sindicato. A eficácia indica que a organização realiza seus objetivos; a eficiência é a utilização produtiva e econômica de seus recursos”. Ele abordou também as finanças sindicais, apontando para a necessidade de previsão orçamentária, para as possibilidades de corte de custo e tratou da gestão de pessoas, características da liderança e desenvolvimento de equipes.

Historiando a origem do movimento sindical, o professor Renato Bastos informou que, no Brasil, ele só surgiu, “de fato, no começo do século XX. Antes o país tinha poucas, e pequenas, cidades e indústrias.  É com a libertação dos escravos e a chegada dos imigrantes em grandes quantidades que as cidades vão começar a crescer e a industrialização brasileira ganhará força. Os trabalhadores no Brasil vão organizar rapidamente associações e sindicatos para combater a exploração dos patrões. Não tinham direito a férias, trabalhavam 16 horas por dia, não havia salário mínimo – uma situação que o Governo Temer quer trazer de volta…”.

Fazendo um balanço da atividade, Guilhermina ressaltou que “a formação possibilitará aos sindicalistas e à base construir juntos melhores maneiras de superar a crise. Ela passa a ter um papel de maior protagonismo, por isso já saímos daqui pensando na próxima atividade. A grande maioria dos sindicatos não têm secretaria de formação, embora muitos de seus diretores se dediquem a essa área. Nosso objetivo é consolidar um trabalho nesse setor”.

Gilson Reis, coordenador-geral da Contee, enfatizou que “nossa luta passa pela formação, setor em que a direita e os liberais investem pesado. O movimento sindical não pode ficar alheio a isso. Precisamos aprender a lidar com a dinâmica do mundo do trabalho, e enfrentar essa ofensiva pessada do capital. Este curso foi um primeiro e singelo passo. Vamos estruturar o processo de formação – esta será uma das questões que serão deliberadas no próximo Consind”.

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