Pela primeira vez, desde a redemocratização do Brasil, a CUT e demais centrais sindicais – CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT - farão um 1º de Maio unificado em Curitiba, no Paraná, pedindo a liberdade do ex-presidente Lula, detido injustamente sob a condição de preso político por um crime que não cometeu, e a garantia dele ser candidato à presidência da República nas eleições de 2018.
É em nome do sindicalismo e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, da democracia e para o Brasil voltar a ter crescimento econômico, que o 1º de Maio terá no mesmo palanque todas as centrais sindicais juntas, com as mesmas bandeiras de luta, explicou o presidente da CUT, Vagner Freitas, em entrevista coletiva em frente à sede da Polícia Federal de Curitiba, na manhã desta quarta-feira (18).
“Quando Lula foi presidente da República as categorias que representamos tiveram aumento real de salário. Nossos empregos não foram sucateados e nossas empresas públicas não foram vendidas a preço de banana. Se estamos aqui anunciando essa agenda unificada, é porque a vida do trabalhador e da trabalhadora era muito melhor com Lula”, disse.
“Todos os dirigentes que estão aqui são defensores da classe trabalhadora, da CLT, das condições de trabalho e sabem da importância de ter uma legislação sindical que proteja o trabalhador contra a ganância do patrão”, explicou Vagner, reforçando que Lula foi o primeiro a anunciar que, se eleito, revogará as reformas do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), como a nova legislação Trabalhista, que tirou direitos históricos e criou um mercado de trabalho precário e informal.
“É interesse do trabalhador que Lula possa concorrer às eleições. A classe trabalhadora deve ter o direito de escolher como alternativa para presidir o Brasil um ex-presidente que respeitou os trabalhadores e trabalhadoras e mais fez pelos pobres deste país. É esse o principal entendimento das centrais”, destacou o presidente da CUT.
Vagner lembrou ainda que Lula, quando presidente da República, foi quem recebeu as centrais sindicais para ouvir as demandas dos trabalhadores e, com isso, colocar em prática a política de valorização do salário mínimo, que resgatou milhões de pessoas da pobreza e ajudou a aumentar o poder de compra da população mais pobre, entre outras políticas construídas para melhorar a qualidade do vida dos trabalhadores.
Para o presidente da Intersindical, Edson Carneiro Índio, o 1º de Maio conjunto será em defesa dos direitos dos trabalhadores, da democracia e da liberdade de Lula. “Vamos sinalizar para o grande capital e para a elite política do Brasil que a esquerda e o campo popular vencerão as eleições 2018 para restabelecer a democracia e garantir a soberania do voto popular”, ressaltou.
Já o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado, condenou a prisão política do ex-presidente Lula, alegando que foi uma decisão arbitrária e que a legislação foi alterada para poder prendê-lo.
“Tirar os direitos de Lula se defender e se candidatar é um golpe. Se querem fazer alterações na Constituição Federal, que se faça a reforma do Judiciário inteiro. O que defendemos é cidadania e direitos iguais a todos os cidadãos. Nossa expectativa é sair daqui com Lula nos braços”.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, criticou o governo imoral e ilegítimo de Temer, que impõe uma agenda de retrocessos com o fim de direitos consagrados e reforçou que a “prisão de Lula é o aprisionamento de um povo que um dia sonhou em ter uma condição mais digna de vida”.
“Por isso é justo levar solidariedade e seguir na resistência. O 1º de Maio vai acontecer em todo o Brasil, mas ganhará maior importância em Curitiba”, completou.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, leu o manifesto que as seis centrais fizeram em conjunto. Ele destacou em sua fala que Lula foi o único presidente da República capaz de unir os trabalhadores, levar políticas de inclusão e distribuição de renda, além de garantir o desenvolvimento e a soberania nacional.
“Essa decisão foi histórica porque até agora nunca tínhamos realizado um 1º de Maio unificado. Mostramos que entre nós aumentou a tolerância e a compreensão do que nos une e do que é necessário fazer na sociedade brasileira. Junto com Lula, a Força Sindical marchou unificada nas conquistas. Ao vir aqui na coletiva e no acampamento, a Força tem certeza que só fará grandes mudanças em conjunto”.
Fonte: CUT