Em dez anos, projeto custaria mais de 1,7 bilhão de reais. Pesquisadores dizem que plano não resolve problemas relativos à pesquisa na região
Um grupo de reitores de universidades do norte do país pretende finalizar até novembro uma proposta de ampliação no número de pesquisadores na Amazônia. Por meio de bolsas, espera-se que 10.000 novos acadêmicos se fixem na região no prazo de uma década. Atualmente, são cerca de 3.000.Um esboço da proposta foi apresentado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) no fim de agosto, em audiência no Senado. O plano inicial prevê investimentos de 1,7 bilhão de reais nos próximos dez anos. Os pesquisadores receberiam bolsas de 3.000 reais mensais durante os primeiros cinco anos de contrato com uma instituição na região. A intenção é que o programa seja levado a todas as universidades federais dos estados amazônicos.
Segundo Carlos Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), espera-se que o projeto esteja pronto até o próximo encontro do Fórum de Reitores das Universidades da Região Norte, em novembro, no Amapá. "Os senadores receberam com bons olhos, assim como o Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas o projeto ainda precisa ser discutido", diz. A assessoria do ministério confirma que houve uma aceitação inicial após a audiência realizada no Senado, mas afirma que ainda não há nenhuma ação concreta e que só vai avaliar a questão quando receber a proposta de maneira oficial.
Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ressalta que mesmo os 3.000 pesquisadores atuais não apresentam graduação suficiente para uma pesquisa de qualidade. "Deste total, diria que cerca de 2.000 são jovens que estão se iniciando na área de pesquisa", afirma Candotti. "Há poucos laboratórios de excelência na região", acrescenta. Segundo ele, seriam apenas dez os pesquisadores da categoria 1 no nível 1A, classificação máxima concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológicos (CNPq).
Para Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o fornecimento de bolsas não irá resolver o déficit de bons profissionais na região. "Não adianta usar instrumentos frágeis de fixação de recursos humanos como são as bolsas. Faltam concursos para a contratação definitiva. Sem isso, ficamos em uma situação frágil. São poucas instituições na área e os recursos destinados pelo MCT são escassos", afirma.
Em dez anos, projeto custaria mais de 1,7 bilhão de reais. Pesquisadores dizem que plano não resolve problemas relativos à pesquisa na região
Um grupo de reitores de universidades do norte do país pretende finalizar até novembro uma proposta de ampliação no número de pesquisadores na Amazônia. Por meio de bolsas, espera-se que 10.000 novos acadêmicos se fixem na região no prazo de uma década. Atualmente, são cerca de 3.000.Um esboço da proposta foi apresentado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) no fim de agosto, em audiência no Senado. O plano inicial prevê investimentos de 1,7 bilhão de reais nos próximos dez anos. Os pesquisadores receberiam bolsas de 3.000 reais mensais durante os primeiros cinco anos de contrato com uma instituição na região. A intenção é que o programa seja levado a todas as universidades federais dos estados amazônicos.
Segundo Carlos Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), espera-se que o projeto esteja pronto até o próximo encontro do Fórum de Reitores das Universidades da Região Norte, em novembro, no Amapá. "Os senadores receberam com bons olhos, assim como o Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas o projeto ainda precisa ser discutido", diz. A assessoria do ministério confirma que houve uma aceitação inicial após a audiência realizada no Senado, mas afirma que ainda não há nenhuma ação concreta e que só vai avaliar a questão quando receber a proposta de maneira oficial.
Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ressalta que mesmo os 3.000 pesquisadores atuais não apresentam graduação suficiente para uma pesquisa de qualidade. "Deste total, diria que cerca de 2.000 são jovens que estão se iniciando na área de pesquisa", afirma Candotti. "Há poucos laboratórios de excelência na região", acrescenta. Segundo ele, seriam apenas dez os pesquisadores da categoria 1 no nível 1A, classificação máxima concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológicos (CNPq).
Para Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o fornecimento de bolsas não irá resolver o déficit de bons profissionais na região. "Não adianta usar instrumentos frágeis de fixação de recursos humanos como são as bolsas. Faltam concursos para a contratação definitiva. Sem isso, ficamos em uma situação frágil. São poucas instituições na área e os recursos destinados pelo MCT são escassos", afirma.
Fonte: Veja Online