08062021 elenaoQuem não sentiu vergonha de ser brasileiro diante dos depoimentos prestados na CPI da Covid-19 provavelmente não assistiu a nenhuma das falas. Vergonha é o sentimento mais leve que desperta na nação.

A sensação que temos é um misto de despreparo e vaidade, somada à incompetência (de sobra) e devaneios tão absurdos que parecem roteiro de filme de ficção científica da pior qualidade. Até alterar a bula de medicamento cientificamente ineficaz contra a doença foi discutido a fim de curar única e exclusivamente a doença moral do milico Bolsonaro.

Vimos ex-ministros escancarando o sistema de desgoverno imposto pelo Governo Federal. Mandeta, titular da Saúde quando a pandemia foi decretada, expôs o descaso do presidente diante de tantos alertas. Descaso este oficializado em pronunciamento em rede nacional no qual Bolsonaro minimizou a situação e que, posteriormente, levaria o Brasil para o colapso total na Saúde, no Social e na Economia. 

Nelson Teich ficou mais tempo depondo à CPI do que à frente do Ministério. Resumiu sua decisão de saída à insistência do presidente na cloroquina e à falta de autonomia. Em outras palavras, seria coadjuvante nas decisões.

Eduardo Pazuello foi o mensageiro da desgraça. Não caberia em poucas palavras o resumo de tudo o que foi dito. Depois de levar o Brasil ao pior patamar da covid, ainda teve a audácia de dizer que “saiu por ter a sensação de dever cumprido”. Diante da política genocida implantada, realmente podemos dizer que sua atuação cumpriu com o esperado pelo GF.

Marcelo Queiroga explodiu em contradições; Nise Yamaguchi se esquivou de perguntas mais diretas; Mayra Pinheiro confundiu logotipo com imagem fálica, e todos, de forma ou outra, blindaram Bolsonaro, o inepto que ignorou ofertas de vacinas que poderiam ter resgatado o Brasil, sempre a base de muito desdém e deboche.

Bolsonaro é o dono da bola e só joga quem ele deixa. Ele escalou o time e expulsou de campo quem discordava das alucinações propostas. Teria criado o Gabinete Paralelo para seguir à risca sua cartilha do apocalipse. A pergunta é: depois de tudo o que foi dito à CPI, quem ainda tem a indecência de cogitar seguir ladeira abaixo rumo ao irreversível?

Quem é a favor da vida, é #EleNão.


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