A reunião de negociação de 12/03 entre os sindicatos e o Semesp (sindicato patronal) foi marcada pela ‘crise’ que, segundo os representantes patronais, está instalada nas IES particulares devido às novas regras de concessão do Fies impostas pelo governo.
No início da conversa, os representantes patronais discorreram sobre o impacto causado nas finanças das instituições pela mudança das normas e no modo de repasse dos recursos, o que teria provocado indefinição das previsões orçamentárias. Isto, na visão deles, impossibilita a negociação de qualquer índice para o reajuste salarial de professores e auxiliares.
Os patrões amplificam o problema, na visão dos sindicatos. Os representantes dos trabalhadores avaliam que o comprometimento das escolas com o Fies é menor que 30%, ainda que, segundo dados das próprias instituições, 67% das escolas têm algum tipo de financiamento.
Assim, os sindicatos insistiram em manter o cronograma estabelecido para a negociação e discutir as reivindicações da categoria.
Os representantes do Semesp insistiram em suspender as conversas porque convocarão assembleia dos mantenedores para 23/03, quando discutirão o que fazer em relação ao novo quadro do Fies e os rumos da negociação com os sindicatos.
Modelo de gestão
Os representantes dos trabalhadores abordaram o modelo de gestão temerária que foi implantado nas IES: os empresários imaginaram nadar na maré do capitalismo sem risco, com clientes cativos e receita certa vinda do tesouro nacional.
O que o governo está tentando é pôr um freio de arrumação nesse sistema, pois as escolas pagam tributos com mensalidades, a preço ‘de vitrine’, definidos por elas mesmas. Portanto, não se justifica interromper o posicionamento de interromper a negociação.
Professores e auxiliares, que têm data-base em 01/03, não podem pagar por esse modelo patronal. Os sindicatos da Fepesp irão se reunir nos próximos dias para discutir a situação e definir estratégias.