Governo ilegítimo deixa trabalhadores inseguros quanto ao presente e futuro do País

De acordo com pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 2 e 4 de junho, os brasileiros estão inseguros quanto ao presente e futuro do emprego e da aposentadoria  no País. O estudo apontou grande rejeição tanto ao desempenho de Temer (75%) quanto às reformas Trabalhista e Previdenciária.

Para 89% dos brasileiros, se o Senado aprovar o contrato intermitente de trabalho, um dos itens da reforma Trabalhista que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, será impossível sustentar suas famílias. Outros 90% afirmam que não teriam coragem de fazer um crediário ou financiamento para comprar uma casa, um carro ou um eletrodoméstico se o contrato de trabalho for temporário.

Ainda segundo a pesquisa,  73%, numa época de crise econômica e desemprego – mais de 14,5 milhões de desempregados, 2,6 milhões apenas na gestão Temer –, é impossível negociar jornada com patrão sem a participação dos sindicatos – item da proposta aprovada pelos deputados. Outros 68% dos entrevistados apontam que a proposta favorece mais os patrões do que os empregados.

Quando se fala da reforma da Previdência de Temer, as respostas vão na mesma linha. Se o Congresso Nacional aprovar a proposta, 69% dos entrevistados avaliam que não conseguirão se aposentar.

A CUT quis saber também a opinião dos trabalhadores sobre o desmonte da aposentadoria e da CLT para definir estratégias de luta e mobilização para proteger os direitos conquistados.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Vox Populi em 118 cidades, em áreas urbanas e rurais, de todos os Estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, e entrevistou 2001 pessoas.

Veja o resultado:

Fim da aposentadoria

A reforma de Temer acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e aumenta a idade mínima para se aposentar - 65 anos para homens, 62 anos para mulheres -, e aumenta também o tempo mínimo de contribuição para o INSS de 15 anos para 25 anos.

Quem conseguir se aposentar, receberá um valor de aposentadoria menor do que aqueles que estão se aposentando pelas regras atuais. Para conseguir receber o teto máximo de benefício - cerca de R$ 5.500 reais -, a pessoa terá que trabalhar durante 40 anos, contribuir para o INSS com o valor máximo desde o primeiro emprego e nunca ficar desempregado.

Informados sobre os detalhes, 92% dos entrevistados se posicionaram contra a reforma da Previdência.

Perguntados se conseguiriam trabalhar durante 40 anos sem ficar nem um período desempregado, 91% responderam que não, 4% que sim e 6% não souberam ou não quiseram responder.

No geral, 69% responderam que não vão conseguir se aposentar. No corte por escolaridade, 73% dos que têm ensino fundamental perderam a esperança de se aposentar. Mesmo entre os que têm ensino superior o percentual dos que acham que não vão se aposentar é alto, 64%.

Apenas 21% acham que vão se aposentar, mas vão receber o valor mínimo; 3% acham que vão receber o valor máximo e 7% não souberam ou não quiseram responder.

Desmonte trabalhista

A CUT também quis saber a opinião dos brasileiros sobre alguns itens da reforma Trabalhista que mais vão prejudicar os trabalhadores.

79% reprovam e 90% acham que contrato intermitente significa insegurança para família

Um dos itens pesquisados foi o contrato intermitente de trabalho já aprovado na Câmara dos Deputados, dentro do pacotão da reforma Trabalhista de Temer. A contratação intermitente é por hora ou mês para cumprir uma tarefa. Acabou a tarefa, acaba o vínculo empregatício. Portanto, as férias, FGTS, Previdência e 13º deixarão de existir. Não é um trabalho. É temporário.

79% dos entrevistados avaliam o contrato intermitente como negativo, 13% como regular; 5% como positivo e 3% não souberam ou não quiseram responder.

O mais alto índice de rejeição (81%) à proposta foi entre as mulheres, os adultos e os trabalhadores com baixa escolaridade – ensino fundamental. Quanto à renda, 82% dos que ganham entre 2 e 5 salários mínimos são contra o trabalho intermitente.

Para 90% dos brasileiros, ter um emprego com esse tipo de contratação representa insegurança. Outros 89% acham que não conseguiriam sustentar a família se a proposta de trabalho intermitente for aprovada no Senado e sancionada pelo presidente da República. Só 6% acham que vão conseguir sustentar a família e 5% não souberam ou não quiseram responder.

Também é de 90% o percentual dos que dizem que teriam medo de fazer um crediário ou financiamento para comprar uma casa, um carro ou um eletrodoméstico trabalhando com contrato intermitente. Só 5% disseram que fariam dívidas e outros 5% não quiseram ou não souberam responder.

Negociação individual de jornada com patrão é reprovada por 71%

Quando questionados sobre o item da reforma Trabalhista de Temer que prevê  negociação de jornada de trabalho feita individualmente entre patrão e empregado, sem o apoio do

sindicato, 71% consideraram a proposta negativa, 16% regular, 9% positiva – lembrando que patrões também respondem à pesquisa.

A proposta é igualmente rejeitada (71%) entre homens e mulheres; e atinge os maiores índices de rejeição entre os adultos (73%), com ensino fundamental (73%) e renda de até 2 salários mínimos (75%).

Há um aumento nos percentuais dos que são contrários a proposta quando comparados os dados dos trabalhadores filiados a sindicatos (76% contra) e os não filiados (70% contra).

Estimulados a refletir sobre a crise econômica e o desemprego e relacionar o cenário de recessão com a negociação individual de jornada, 73% acham que não é hora de apresentar propostas como essa, que coloca os trabalhadores em extrema desvantagem frente ao patrão. Outros 19% concordam que é possível negociar e 8% não sabem ou não quiseram responder.

Para 68%, esse tipo de negociação favorece mais aos patrões. Já 23% acreditam que tanto patrões quanto empregados sairiam ganhando. Só 9% não souberam ou não quiseram responder.

CUT/VOX: Greve Geral é o principal instrumento para barrar reformas

Pesquisa CUT/VOX Populi divulgada no dia 08/06 mostrou que 50% dos brasileiros acham que Greve Geral de 28 de abril de 2017 foi importante porque parou o Brasil e mostrou para os deputados e senadores que os trabalhadores são contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Mais de 40 milhões de pessoas aderiram à maior greve da história do país.

A pesquisa também mostrou que a CUT e as outras centrais estão no caminho certo. Para mais de 60% dos entrevistados, manifestações, pressão nos gabinetes dos deputados e senadores e a Greve Geral são as melhores maneiras da população se manifestar contra as reformas do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Apesar da imensa rejeição popular, a aprovação da Reforma Trabalhista, que pretende acabar com direitos, como por exemplo, férias, 13º e registro em carteira, avançou mais um pouco na terça (6). Os senadores governistas que compõem a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovaram por unanimidade a proposta da Reforma Trabalhista do relator Ricardo Ferraço (PSDB/ES).

A única opção que resta aos trabalhadores é ocupar as ruas e parar as fábricas, escolas, escritórios, enfim, parar o país para obrigar os parlamentares a ouvir a voz do povo, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas, que completa: A pesquisa CUT/Vox Populi prova que é isso que a classe trabalhadora espera de seus representantes.

“A greve geral é o instrumento que temos para dar prejuízo e pressionar os empresários que estão dando as cartas no Congresso Nacional. Os deputados e senadores que votam em acabar com férias, 13º e aposentadoria para transformar emprego em bico, votam a mando dos empresários que pagaram as eleições deles e pagam até hoje”, disse Vagner.

Agora o texto ( PLC 38/2017) passará pelas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir para o plenário no Senado. Segundo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o governo espera concluir a votação no Senado nas próximas semanas, para sancionar a lei ainda em junho.

Para Vagner, só há uma maneira de enfrentar essas reformas é unificar a classe trabalhadora e parar o Brasil. “Nós temos capacidade de enfrentamento e luta. Fizemos uma greve dia 28 de abril e vamos fazer uma maior ainda no próximo dia 30. É greve geral para não permitir que acabem com nossos direitos”, complementou.

Fonte: CUT

SINPRO ABC realiza curso de extensão universitária “O Grande Oriente Médio: história, cultura e relações internacionais”

Terminou no dia 10 de junho o curso gratuito de extensão universitária “O Grande Oriente Médio: história, cultura e relações internacionais”, uma parceria do Sinpro ABC com o Núcleo de Estudos Estratégicos e Política Internacional (NEEPI) do Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Segundo o coordenador do NEEPI e diretor do Sinpro ABC Marcelo Buzetto, “o curso teve 62 inscritos, com grande presença de professores e professoras das redes privada e pública.

Foi um espaço de debate e reflexão sobre a história e a cultura dos povos que vivem na região do Oriente Médio”. O Sinpro ABC, através de sua Secretaria de Assuntos Educacionais, Políticas Sociais e Relações Intersindicais (Formação Sindical), pretende realizar novos cursos com temas que possam contribuir para a elevação do nível cultural de nossa categoria.

Este curso teve 3 aulas presenciais: O Grande Oriente Médio: história, cultura e relações internacionais (Prof. Dr. Marcelo Buzetto – Pós-Doutorando em Ciências Sociais UNESP Marília), A Questão Palestina e os conflitos no Oriente Médio (Prof. Dr.Marcelo Buzetto e Jadalla Safa – palestino, Comitê Democrático Palestino) e Islamismo: origem e desenvolvimento (Sheik Houssein Khalillou, iraniano, Centro Cultural Imã Majd de Diálogos no Brasil)/ Líbano: história, cultura e lutas políticas (Reda Sued, membro da comunidade libanesa no Brasil). Também vão ocorrer visitas monitoradas na Mesquita Mohammad Mensageiro de Deus e no Centro Cultural Imã Majd de Diálogos no Brasil. Quem fez o curso vai entregar um artigo acadêmico e terá direito a um certificado de 40 horas. Os filiados ao Sinpro ABC receberam de presente o livro “A Questão Palestina: guerra, política e relações internacionais”, de Marcelo Buzetto (Editora Expressão Popular).

Texto: Marcelo Buzetto

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