Lugar de Mulher é onde ela quiser!
Desde a luta das mulheres nos Estados Unidos em defesa de melhores condições de vida e trabalho, já se somam 165 anos. Contudo, ainda temos muito a caminhar para que as mulheres sejam tratadas com respeito e igualdade de direitos. Mais uma vez as trabalhadoras, comprometidas com a vida e seu tempo social, vão às ruas para dizer não ao feminicidio, ao trabalho invisível familiar, e a opressão de gênero que mata a gênese e a natureza do ser mulher.
Recentemente o mundo foi surpreendido com os discursos sexistas do atual presidente americano, Donald Trump. Causou espanto e asco ouvir expressões: “você pode fazer qualquer coisa com as mulheres, mesmo sem a autorização delas”, ou ainda, “se você tem poder você pode tudo e por isso é sempre melhor estar ao lado de mulheres que se vestem como tais”.
Nestes depoimentos há uma forte expressão de sexismo!
Aqui no Brasil, temos que lutar contra as amarras de ordem subjetiva e objetiva. Atualmente, causa espanto o número de mortes de mulheres. Segundo o Mapa da Violência da ONU, de 2003 a 2013 houve um aumento de 54% de morte de mulheres no País, sobretudo negras. Pesquisas revelam que 13 mulheres são assassinadas por dia.
Entre nós, é comum ver decisões como a liminar do Supremo que concedeu liberdade ao goleiro Bruno, condenado pela participação no assassinato de Eliza Samudio em julho de 2010. A liminar faz com que ele possa recorrer da sua sentença de 22 anos de prisão, tendo cumprido apenas sete, livre.
O que fica desta sentença injusta é o fato de que mais uma mulher foi morta e sequer seu corpo foi encontrado. Por motivos subjetivos, mulheres morrem todos os dias e temos que aceitar a objetividade de que a Justiça tem gênero e não é o feminino.
Além das amarras da cultura subjetiva, no Brasil, questões econômicas estão atingindo gravemente os trabalhadores e principalmente as trabalhadoras, como a reforma da previdência, as quais produzirão violência e opressão. Fim da aposentadoria proporcional, igualdade de idade entre homens e mulheres, contribuição de 49 anos, redução da pensão por morte do marido, fim das aposentadorias diferenciadas, sobretudo das professoras, são apenas uma parte do conjunto da reforma que nos trará mais prejuízos sociais.
Agora estamos sob a luz da opressão econômica, e as mulheres, independente de cores ideológicas, partidárias, sindicais, precisam se unir em defesa de seus direitos trabalhistas, principalmente no que se refere às perdas que terão diante das Reformas do Governo Temer. Essa abominação legislativa, travestida de reforma, retira direitos e fere conquistas históricas.
Caso a reforma da previdência ocorra como proposta pelo governo, restará às mulheres do século XXI o legado da burca, da casa, dos filhos, da sexualidade e da miséria humana de quem não se vê como gente produtiva, capaz de influir no cotidiano e intervir no processo evolutivo do mundo.
Direção SINPRO ABC