Discurso de moralização do sistema para ver quanto mais ganharão os capitalistas
As ruas de Londres estiveram tomadas por manifestantes, em abril, que protestam contra a reunião dos governos dos 20 países chamados “mais ricos do mundo” (G20), com um esquema de segurança monstruoso.
O presidente francês Sarkozy, em matéria publicada no Estadão, diz que: “O que o mundo está esperando de nós é que aceleremos a reforma do sistema financeiro internacional. Que reconstruamos, juntos, um capitalismo renovado, mais regulamentado, mais ético e solidário” (1/04).
Capitalismo mais ético e solidário? Que o digam os trabalhadores da França que veem bilhões destinados aos bancos, enquanto seus empregos viram poeira. Por isso mesmo eles foram à greve geral em 19 de março, com 3,5 milhões de pessoas saindo às ruas das cidades francesas.
O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, veio ao Brasil em 27 de março para encontrar-se com Lula. Peter Mandelson, membro de seu governo, declarou à imprensa: “Também aplaudo a liderança do presidente Lula, que tem sido firme e vigoroso em defender o comércio livre e justo como uma forma de evitar o enfraquecimento da economia global por causa do protecionismo. E o presidente Lula vai encontrar um aliado muito forte no primeiro ministro britânico” (jornal Valor 26/03).
Comércio livre e justo, combate ao protecionismo? Isso quer dizer derrubar todas as medidas de proteção e dar toda liberdade para aprofundar a exploração capitalista, em todo o mundo, em particular nos países dominados pelo imperialismo.
O jornal britânico The Economist, porta-voz do capital financeiro, diz abertamente qual deve ser a “tarefa” do G20:
A verdadeira “tarefa”
“É necessário que os governos empreendam uma difícil reviravolta política. A longo prazo, será preciso reencontrar um mercado de trabalho mais flexível. Isto é, parar com as políticas de subsídios ao emprego, acabar com os privilégios dos assalariados protegidos e facilitar as políticas de reestruturação das empresas, permitindo demissões de seus empregados. Pois quanto mais facilmente os empregos possam ser destruídos, mais facilmente poderão ser recriados. Ajudar as pessoas a conservarem seus empregos arrisca ser um freio para o ajuste futuro. Isso requer certa agilidade política, mas será a condição indispensável para não comprometer o crescimento. O desemprego aumentará muito rapidamente. Milhões de vidas serão atingidas em alguns anos. A tarefa dos políticos é tornar possível que a miséria não seja medida por décadas”.
Às vésperas da reunião, o “Financial Times” publicou o projeto de comunicado final do G20. O texto fala em “ações fiscais coordenadas e sem precedentes”, da “maior mobilização de recursos financeiros dos tempos modernos”, e afirma que “estamos determinados a tomar medidas fiscais que chegam a ‘X’ trilhões”. Ou seja, só falta discutir quantos trilhões mais serão usados para salvar os bancos e empresas capitalistas e o sistema baseado na propriedade privada dos grandes meios de produção!
Fonte: Jornal O Trabalho, nº 655, abril de 2009
Discurso de moralização do sistema para ver quanto mais ganharão os capitalistas

As ruas de Londres estiveram tomadas por manifestantes, em abril, que protestam contra a reunião dos governos dos 20 países chamados “mais ricos do mundo” (G20), com um esquema de segurança monstruoso.

O presidente francês Sarkozy, em matéria publicada no Estadão, diz que: “O que o mundo está esperando de nós é que aceleremos a reforma do sistema financeiro internacional. Que reconstruamos, juntos, um capitalismo renovado, mais regulamentado, mais ético e solidário” (1/04).

Capitalismo mais ético e solidário? Que o digam os trabalhadores da França que veem bilhões destinados aos bancos, enquanto seus empregos viram poeira. Por isso mesmo eles foram à greve geral em 19 de março, com 3,5 milhões de pessoas saindo às ruas das cidades francesas.

O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, veio ao Brasil em 27 de março para encontrar-se com Lula.  Peter Mandelson, membro de seu governo, declarou à imprensa: “Também aplaudo a liderança do presidente Lula, que tem sido firme e vigoroso em defender o comércio livre e justo como uma forma de evitar o enfraquecimento da economia global por causa do protecionismo. E o presidente Lula vai encontrar um aliado muito forte no primeiro ministro britânico” (jornal Valor 26/03).

Comércio livre e justo, combate ao protecionismo? Isso quer dizer derrubar todas as medidas de proteção e dar toda liberdade para aprofundar a exploração capitalista, em todo o mundo, em particular nos países dominados pelo imperialismo.

O jornal britânico The Economist, porta-voz do capital financeiro, diz abertamente qual deve ser a “tarefa” do G20:

A verdadeira “tarefa”
“É necessário que os governos empreendam uma difícil reviravolta política. A longo prazo, será preciso reencontrar um mercado de trabalho mais flexível. Isto é, parar com as políticas de subsídios ao emprego, acabar com os privilégios dos assalariados protegidos e facilitar as políticas de reestruturação das empresas, permitindo demissões de seus empregados. Pois quanto mais facilmente os empregos possam ser destruídos, mais facilmente poderão ser recriados. Ajudar as pessoas a conservarem seus empregos arrisca ser um freio para o ajuste futuro. Isso requer certa agilidade política, mas será a condição indispensável para não comprometer o crescimento. O desemprego aumentará muito rapidamente. Milhões de vidas serão atingidas em alguns anos. A tarefa dos políticos é tornar possível que a miséria não seja medida por décadas”.

Às vésperas da reunião, o “Financial Times” publicou o projeto de comunicado final do G20. O texto fala em “ações fiscais coordenadas e sem precedentes”, da “maior mobilização de recursos financeiros dos tempos modernos”, e afirma que “estamos determinados a tomar medidas fiscais que chegam a ‘X’ trilhões”. Ou seja, só falta discutir quantos trilhões mais serão usados para salvar os bancos e empresas capitalistas e o sistema baseado na propriedade privada dos grandes meios de produção!

Fonte: Jornal O Trabalho, nº 655, abril de 2009

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