Mobilizações são contra a reforma da Previdência que, na prática, irá acabar com a aposentadoria
Escrito por: Rafael Silva e Vanessa Ramos - CUT São Paulo • Última modificação: 19/02/2018 - 13:41 • Publicado em: 19/02/2018 - 13:12
Mais uma demonstração de unidade. Trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo se somaram à luta nacional contra a reforma da Previdência nesta segunda, 19. Greves, paralisações e atos foram registrados pelo estado, organizados por diferentes categorias ligadas à CUT e demais centrais sindicais.
As ações ocorreram mesmo após o Congresso Nacional ter retirado da pauta a proposta da reforma por conta da intervenção federal no Rio de Janeiro - o que impede que mudanças sejam feitas na Constituição.
No entanto, a ameaça de votação persiste, segundo o próprio governo golpista, que pretende votar o texto assim que conseguir os 308 votos necessários.
As sucessivas derrotas no tema, ocasionando em adiamentos no Congresso, são graças, entre outros fatores, às mobilizações da classe trabalhadora, como as desta segunda.
Além de paralisarem, os trabalhadores e movimentos populares também participam da luta com informações de suas categorias utilizando nas redes sociais a #QueroMeAposentar que, às 8h30 de hoje, já havia alçando ostrend topics no Twitter Brasil.
Todos contra a reforma
Em São Bernardo do Campo ocorreu desde a madrugada até as primeiras horas da manhã passeata chamada pela Frente Brasil Popular, saindo da frente do Sindicato da Construção Civil. Também no ABC, motoristas de Santo André e Diadema bloquearam diversos terminais. Pistas de trólebus e vias das cidades amanheceram ocupadas pelos trabalhadores.
Em Guarulhos, na grande São Paulo, houve paralisação dos motoristas de ônibus das linhas municipais e intermunicipais, em empresas como Vila Galvão, Real Transportes, Viação Arujá e Viação Campo dos Ouros.
Em Sorocaba, de Araçariguama até Itararé, os motoristas de ônibus também paralisaram. O protesto envolveu 42 cidades da região em empresas de transportes urbano, intermunicipal, rodoviário, de fretamento e de cargas. Na cidade, os trabalhadores da coleta de lixo também cruzaram os braços pela manhã.
Em São Paulo, os movimentos fecharam trechos das rodovias Régis Bittencourt, no Km 274, e Dutra, no Km 214.
Na capital, metroviários distribuíram materiais em defesa da aposentadoria nas estações Jabaquara, Itaquera, Brás, Barra Funda, Luz, Tamanduateí e Capão Redondo. À tarde, seguirão para o ato na Avenida Paulista. Movimentos e sindicatos também panfletaram materiais contra a reforma da Previdência nas estações de trem de Osasco, Suzano e Carapicuíba.
Centrais sindicais e movimentos populares também realizaram protestos pela manhã no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital. A Central de Movimentos Populares (CMP), que reúne trabalhadores sem-teto e outras entidades, fizeram ‘trancaço’ na Rodovia Anchieta, perto da Rua Juntas Provisórias, no bairro do Ipiranga, na capital.
Em Suzano-SP, metalúrgicos, servidores públicos municipais, professores, trabalhadores da refeição coletiva, da construção civil e papeleiros se concentraram na Praça dos Expedicionários, no Centro de Suzano, e depois realizaram caminhada pelas ruas da cidade.
Na Baixada Santista, a CUT, sindicatos e movimentos ligados à Frente Brasil Popular da região fizeram panfletagem na Alfândega de Santos, na Praça da República, s/nº, no centro histórico e protestos em frente ao prédio do INSS. Depois promoveram debate com a população na Praça Rio Branco, s/nº, no centro da cidade de São Vicente.
Em Bauru, movimentos e sindicatos promoveram um ato em frente ao prédio do INSS, localizado na R. Azarias Leite, 10-75, no centro da cidade. Em Jundiaí ocorreram protestos no calçadão, no centro da cidade, com participação de sindicatos e movimentos. Em Ilha Solteira, também interior de São Paulo, os trabalhadores da CTG, que atuam em usinas hidrelétricas, cruzaram os braços.
Na cidade de São José dos Campos, servidores públicos municipais fizeram passeata. Pela manhã, concentram-se na Praça Afonso Pena e depois seguiram em caminhada pelas ruas do município.
Categorias mobilizadas
Os petroleiros paralisaram suas atividades nos terminais de São Caetano do Sul, na Transpetro em Guarulhos e nas refinarias da Petrobras de Paulínia (Replan) e de Capuava (Recap), em Mauá. Participaram trabalhadores diretos e de empresas terceirizadas.
Os bancários também paralisaram agências por todas as regiões da cidade de São Paulo, Osasco, Guarulhos, ABC e cidades do interior como Catanduva e Jundiaí.
As paralisações dos metalúrgicos do ABC atingiram as montadoras Mercedes-Benz, Scania Volkswagen, Ford e Toyota, entre outras empresas como a Otis, Grundfos, Proxyon, ZF e Magna Cosma International. Em São Carlos, a categoria paralisou as atividades na Tecumseh II. Na cidade de Matão-SP, os metalúrgicos realizaram assembleias com atraso na fábrica no horário da manhã.
Professores da rede municipal da capital paulista cruzaram os braços. Algumas escolas ficaram sem aula. Professores e alunos participarão do ato na Avenida Paulista no final da tarde.
Já os trabalhadores do ramo químico protestaram em diferentes pontos do estado. Na capital paulista, houve atraso no primeiro turno da empresa Avon. O mesmo ocorreu na empresa Faurecia, em São Bernardo do Campo. Já na UCI Farma, também em SBC, cerca de 150 trabalhadoras e trabalhadores, além da luta em defesa da aposentadoria, estavam mobilizados contra a reforma da Previdência e os constantes atrasos no pagamento de salários e benefícios. Em São Paulo, os químicos promoveram manifestações na Avenida das Nações Unidas, em Santo Amaro, região que concentra muitas empresas da categoria. Trabalhadores e sindicalistas seguraram o trânsito e caminharam em uma das principais vias de acesso da região.
Dirigentes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo fizeram trabalho de base pela manhã na editora Abril, na zona oeste da capital, falando com a categoria sobre a luta em defesa da Previdência Social.
Os eletricitários pararam na fábrica da CPFL Paulista em Franca, Itapira, Jaboticabal, São Carlos, Campinas e Bauru. Ainda em Campinas, teve protesto no Centro de Pesquisa Nacional de Energia e Materiais (CNPEM). O Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo Sinergia CUT (Sinergia-CUT) mobilizou os trabalhadores e trabalhadoras na empresa Esol nas unidades de Bragança Paulista, Adamantina e Regente Feijó.
As fotos são do Ato contra a Reforma da Previdência na Rua Oliveira Lima, em Santo André/SP
Fonte: CUT
Fotos: Israel Barbosa/SINPRO ABC