Dia da Consciência Negra é analisado pelo presidente do SINPRO ABC, professor Aloísio Alves da Silva
Por Aloísio Alves da Silva*
Segundo pesquisas recentes do IBGE, pretos e pardos somam mais de 50% da população brasileira. Apesar do tratamento discriminatório, os dados comprovam que esse grupo étnico não mais representa uma minoria. Entretanto, as estatísticas ainda apontam para um cenário de desvalorização e desrespeito contra negros, que em muitos casos são tratados como cidadãos de segunda classe – basta observar os números do IBGE sobre distribuição de renda, população que vive em favelas, entre outros, para constatar que segregação racial fez e faz parte do cotidiano da maioria dos brasileiros.
Essa data, feriado municipal em diversas cidades (em Santo André, São Bernardo, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra é celebrada no dia 20, mas, em São Caetano, cidade de ‘primeiro mundo’, nos últimos anos, o prefeito transferiu o dia do feriado para o domingo), é questionada por muitas pessoas: “Por que Dia da Consciência Negra?”, “Qual necessidade desse feriado?”. Os que assim pensam não questionam o 21 de abril ou o 15 de novembro (quando sabem o que é comemorado), mas pretos e pardos entendem o significado da data. Aqueles que desconhecem não deveriam questionar, mas sim atualizar-se através de pesquisas, buscar esclarecimentos e refletir sobre o papel que desempenham nessa sociedade carregada de injustiça contra aqueles que foram violentamente arrancados de suas terras para servirem de escravos e continuam sendo, covardemente, explorados por um sistema que só sabe excluir. A tragédia do capitalismo é exatamente essa: é um sistema que contempla poucos.
20 de novembro deve chamar a essa reflexão. A farsa do 13 de maio não foi capaz de mudar o estado criado pela escravidão, as favelas... as celas se transformaram na velha senzala. Assistimos a pretos fardados, que quando encontram ou perseguem seus irmãos são mais cruéis que os antigos feitores.
Nas favelas continuam os lamentos tristes do cativeiro, de mães que vêem seus filhos crescerem sem grandes perspectivas de futuro. O futuro? Depende da consciência, da luta que envolve toda sociedade por um Brasil mais justo, mais igual. Esperamos e lutamos para que a miscigenação étnica seja também social.
*Aloísio é professor e presidente do SINPRO ABC
Por Aloísio Alves da Silva*
Segundo pesquisas recentes do IBGE, pretos e pardos somam mais de 50% da população brasileira. Apesar do tratamento discriminatório, os dados comprovam que esse grupo étnico não mais representa uma minoria. Entretanto, as estatísticas ainda apontam para um cenário de desvalorização e desrespeito contra negros, que em muitos casos são tratados como cidadãos de segunda classe – basta observar os números do IBGE sobre distribuição de renda, população que vive em favelas, entre outros, para constatar que segregação racial fez e faz parte do cotidiano da maioria dos brasileiros.
20 de novembro é o dia para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, mártir da resistência à escravidão, como tantos “Zés”, “Severinos”, “Tiões”, “Marias” e “Aparecidas” que lutam pelo espaço em um país acometido por injustiças, para dar aos filhos melhores condições de vida e para que não sofram o que sofrem e/ou sofreram.
Essa data, feriado municipal em diversas cidades (em Santo André, São Bernardo, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra é celebrada no dia 20, mas, em São Caetano, cidade de ‘primeiro mundo’, nos últimos anos, o prefeito transferiu o dia do feriado para o domingo), é questionada por muitas pessoas: “Por que Dia da Consciência Negra?”, “Qual necessidade desse feriado?”. Os que assim pensam não questionam o 21 de abril ou o 15 de novembro (quando sabem o que é comemorado), mas pretos e pardos entendem o significado da data. Aqueles que desconhecem não deveriam questionar, mas sim atualizar-se através de pesquisas, buscar esclarecimentos e refletir sobre o papel que desempenham nessa sociedade carregada de injustiça contra aqueles que foram violentamente arrancados de suas terras para servirem de escravos e continuam sendo, covardemente, explorados por um sistema que só sabe excluir. A tragédia do capitalismo é exatamente essa: é um sistema que contempla poucos.
20 de novembro deve chamar a essa reflexão. A farsa do 13 de maio não foi capaz de mudar o estado criado pela escravidão, as favelas... as celas se transformaram na velha senzala. Assistimos a pretos fardados, que quando encontram ou perseguem seus irmãos são mais cruéis que os antigos feitores.
Nas favelas continuam os lamentos tristes do cativeiro, de mães que vêem seus filhos crescerem sem grandes perspectivas de futuro. O futuro? Depende da consciência, da luta que envolve toda sociedade por um Brasil mais justo, mais igual. Esperamos e lutamos para que a miscigenação étnica seja também social.
*Aloísio é professor e presidente do SINPRO ABC