ato metodistaTrabalhadores reivindicam o pagamento de salários atrasados e do FGTS, o décimo terceiro salário, férias, e demais benefícios que não estão sendo pagos.

 

Uma grande assembleia uniu os professores, professoras, estudantes e funcionários de outros setores da Universidade Metodista de São Paulo no campus Rudge Ramos, em São Bernardo. O ato aconteceu nesta terça-feira, dia 2, com o objetivo de reivindicar o pagamento de salários atrasados e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que não é depositado desde julho de 2015.

Os trabalhadores também reivindicam o décimo terceiro salário, férias, vale-alimentação e vale-transporte que também não estão sendo pagos. Durante o ato a diretoria do Sindicato dos Professores do ABC – SinproABC, distribuiu uma carta aberta à população e a comunidade acadêmica, em que denuncia os constantes atrasos de pagamento de salários e do FGTS.

A categoria decidiu em assembleia que se a situação não for acertada, haverá paralisação.

Nova assembleia está marcada para sábado, dia 6, às 9h, na sede do SinproABC quando os docentes devem definir os rumos do movimento.
Alunos e funcionários de outros setores da instituição de ensino superior também participaram da manifestação. Estudantes gritaram palavras de ordem contra a rede Metodista e o reitor da universidade, Paulo Borges, que, segundo eles, não faz uma boa administração do campus e está alheio a situação.

PRIORIZAR OS SALÁRIOS
O ato foi marcado por discursos de José Maggio, presidente do SinproABC e Cristiane Gandolfi, representante dos professores. "Nós sabemos da crise econômica no Brasil e que os trabalhadores estão perdendo seus direitos, situação que não é diferente com os professores da Universidade Metodista. Apesar disso, ainda temos muitos alunos. Então, é preciso priorizar os salários. Queremos que a Instituição arrume maneiras, negocie, para colocar em ordem essa folha de pagamentos", disse Cristiane. 

Na avaliação do SinproABC é uma contradição a Metodista tentar justificar os atrasos com o fator "fluxo de caixa", o que é inaceitável. Para a entidade, representante legal dos professores o essencial é o pagamento dos salários em dia, premissa básica de respeito ao profissional .

SITUAÇÃO
De acordo com José Maggio, reunião no dia 13 de março com sindicatos de outros Estados resultou na decisão de marcar encontro com os bispos e bispas da Cogeime (Instituto Metodista de Serviços Educacionais), mas eles ainda não obtiveram posicionamento da entidade sobre as reivindicações. Desde o ano passado, o Sinpro tenta contatar a mantenedora da Metodista, sem sucesso.

Em comunicado oficial enviado aos técnicos-administrativos e docentes da instituição na sexta-feira, 29, o Instituto Metodista de Ensino informou que os salários atrasados de fevereiro serão pagos até o dia 8 de abril. No entanto, não há perspectivas para os pagamentos dos salários de março. A justificativa é a de que a instituição financeira está aguardando a tramitação de transações bancárias.

Uma das instituições de ensino superior mais tradicionais da região, com três campi em São Bernardo, a Metodista passa por período de incerteza desde 2017, quando pelo menos 40 professores foram demitidos. Na época, os cursos de pós-graduação foram os mais afetados pelas dispensas. Os profissionais já sofriam com atrasos de salário e irregularidade no depósito do FGTS.

A situação de crise não atinge apenas o campus de São Bernardo. Ontem, na unidade de Minas Gerais, estudantes e professores da mesma rede também protestaram contra o sucateamento do ensino e o atraso dos salários.

 

 

 


Mais Lidas