Considerações sobre o corpo dos sindicatos
Há sindicatos e sindicatos.
Há aqueles que funcionam como espantalhos. Estão ali, quietinhos, imóveis. E alguns patrões como corvos medrosos deixam de mexer no milho por precaução.
Há aqueles que funcionam como armaduras. Nos momentos difíceis, protegem o corpo da categoria para enfrentar a batalha inglória da luta de classes.
Há aqueles que funcionam como escafandro. Estão ali para manter o mínimo de sobrevivência em ambientes onde falta o ar e onde a pressão é sufocante.
Há aqueles que funcionam como roupa ruim. No meio de um evento social importante, ela arrebenta ou rasga, deixando o trabalhador nu em público e revelando a fragilidade da sua proteção.
Há, enfim, aqueles que funcionam como boneco de Judas em sábado de aleluia. O próprio trabalhador costura, dá enchimento, põe de pé, mas depois bate, chuta e queima, ficando depois só com as cinzas nas mãos.
Mas sendo espantalho, armadura, escafandro, roupa ruim ou boneco de Judas, apenas uma coisa é certa: a própria categoria e o próprio trabalhador são os responsáveis pela compleição da entidade que os representa.
Jorge G. de Oliveira Jr
Diretor do SINPRO
Há sindicatos e sindicatos.

Há aqueles que funcionam como espantalhos. Estão ali, quietinhos, imóveis. E alguns patrões como corvos medrosos deixam de mexer no milho por precaução.

Há aqueles que funcionam como armaduras. Nos momentos difíceis, protegem o corpo da categoria para enfrentar a batalha inglória da luta de classes.

Há aqueles que funcionam como escafandro. Estão ali para manter o mínimo de sobrevivência em ambientes onde falta o ar e onde a pressão é sufocante.

Há aqueles que funcionam como roupa ruim. No meio de um evento social importante, ela arrebenta ou rasga, deixando o trabalhador nu em público e revelando a fragilidade da sua proteção.

Há, enfim, aqueles que funcionam como boneco de Judas em sábado de aleluia. O próprio trabalhador costura, dá enchimento, põe de pé, mas depois bate, chuta e queima, ficando depois só com as cinzas nas mãos.

Mas sendo espantalho, armadura, escafandro, roupa ruim ou boneco de Judas, apenas uma coisa é certa: a própria categoria e o próprio trabalhador são os responsáveis pela compleição da entidade que os representa.

Jorge G. de Oliveira Jr
Diretor do SINPRO ABC

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