Com tentativa de despejo, Centro de Formação Paulo Freire corre risco de encerrar as atividades
O Centro de Formação Paulo Freire, localizado na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, está prestes a encerrar as atividades devido ao despejo solicitado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que determinou a imediata reintegração de posse.O espaço está localizado no Assentamento Normandia, criado em 1998, e conta com administração do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Nele são desenvolvidas várias atividades formativas para os assentados do estado. A casa tem capacidade para abrigar 240 pessoas e conta com um auditório que comporta até 800 espectadores. Além disso, o espaço tem cozinha, refeitório, telecentro, Academia das Cidades, Casa da Juventide e creche para criança. O interrompimento dessas atividades pode prejudicar milhares de pessoas, que precisam do serviço público gratuito.
A determinação foi aceita pelo juiz federal da 24ª Vara Federal de Caruaru. Confira:
”Caso não haja a desocupação espontânea do executado no prazo concedido, expeça-se mandado de reintegração na posse, ficando desde já autorizado: a) o uso de força policial, b) o arrombamento, se necessário, c) condução
coercitiva do executado para a DPF, em caso de resistência, d) a remoção dos bens móveis que estejam no imóvel e) remoção dos animais para o
"Curral de Gado" do Município de Caruaru/PE, ficando desde já autorizada a doação ou o abate desses semoventes.”
O movimento repudiou a tentativa de despejo justificando a importância do espaço para a população:
"O Centro de Formação deixou de ser um espaço do estado e passou a ser um espaço de formação do nordeste... Nessa nossa historia de avanços e conquistas, vários cursos e parcerias foram realizados com diversas universidades, entre elas: UFPE, UPE, IFPE, FIOCRUZ, UFRPE, UAG, IPA, e, mais recentemente, temos o curso de geografia com UPE."
A direção do movimento lembra também que no lugar existem três agroindústrias que pertencem a cooperativa agropecuária de Normandia que pertencem ao coletivo de boleiras.
via www.diariodepernambuco.com.br