07072021 elenao8Quando Bolsonaro anunciou que trabalharia em nome da família brasileira, na campanha de 2018, ele não mentiu. Apenas esqueceu de explicitar, à época, para qual exatamente estariam voltados todos os seus esforços: a dele!

Dono de um falso moralismo e de um discurso que encantou os desinformados, Jair não surpreende ao ser notícia, mais uma vez, em fatos ligados a atos de corrupção. Primeiro Queiroz, agora a ex-cunhada Andrea Siqueira Valle traz à tona fortes indícios de rachadinha entre família.

Andrea é irmã de André, que ocupou cargo de assessor do então deputado federal Jair Bolsonaro. Ambos são irmãos de Ana Cristina, ex-mulher do “presidente” e mãe de Renan, o aspira à picareta, mais conhecido como 04, o pegador de ilusões. 

Áudios revelados pelo portal UOL nesta semana mostram Andrea comentando sobre as razões da demissão de André: “O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”.

Segundo matéria recente da Revista Carta Capital, Bolsonaro e Ana Cristina se casaram em 1998 e, desde então, 18 parentes dela foram nomeados em cargos de confiança de Jair e dos filhos Carlos e Flávio. Todos sob investigação por supostos esquemas de rachadinha, que podem chegar ao ultrajante patamar de 90% dos salários, ou funcionários fantasmas.

Para quem não entende como funciona a rachadinha, vamos explicar: uma pessoa ganha, na teoria, R$ 10 mil. Esse salário de fato é transferido para a conta desse “empregado”. No mesmo dia, no dia seguinte ou durante o mês, esse funcionário devolve ao político “empregador” um percentual do valor ou a integralidade, no caso dos fantasmas. Há situações de salários de R$ 15 mil em que o “trabalhador nomeado” fica, efetivamente, com R$ 1.000, por exemplo. Todo o resto volta para a farra do político da lavagem de dinheiro. O seu dinheiro, o nosso dinheiro.

Andréa também está na mira, pois já fora nomeada no mesmo esquema e, durante sua “contratação”, chegou a sacar em espécie mais de R$ 663 mil, o que equivale a 98% do total recebido em “salário”.

Não precisa ser especialista em finanças ou matemática para deduzir que a familícia já deva ter desviado dos cofres públicos durante anos de vida política alguns bons milhões. Um Bolsonaro só já bastaria para fazer um estrago, mas, desgraça pouca é bobagem: são quatro fontes - Jair, Carlos, Eduardo e Flávio.

Em nome da família Bolsonaro, sofismo. Para as famílias brasileiras, precariedade, desprezo, negligência e sofrimento.

Ele não pode permanecer. Fora Bolsonaro.


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