A música, a poesia, a docência e o sindicalismo perderam no último sábado, dia 24, um grande personagem. Maurício Francisco Ceolin faleceu aos 60 anos, vítima de pneumonia, depois de lutar e vencer um linfoma.

Chico Ceola, como gostava de ser conhecido por suas poesias, era professor de Física da PUC-Campinas desde 1.987.

Filiou-se ao Sinpro em 1991, foi presidente da Apropucc (Associação dos professores da PUC de Campinas) por duas gestões na década de 90, e em 1993 entrou para a diretoria do Sinpro Campinas, primeiro como diretor de base. Aos poucos foi se firmando como liderança, passando pela diretoria de Imprensa por várias gestões, depois como secretário-geral e agora, como vice-presidente, cargo para o qual foi eleito em outubro passado no qual tomaria posse em 2 de fevereiro. Era também secretário-geral da Fepesp na atual gestão.

Maurício deixou três filhos. Guilherme e Julia do primeiro casamento e Antonio, de quatro anos, do segundo casamento, com Silvana Di Blasio.

Maurício era poeta e violeiro e de um caráter e sensibilidade raros.

Autor dos versos publicados no livro “Saudade da Tribo”:

Se não houver frutos, valeu a beleza das flores

Se não houver flores, valeu a sombra das folhas

Se não houver folhas, valeu a intenção da semente.

Maurício teve que “brigar” e reivindicar seus direitos autorais, porque foram atribuídos a Henfil.

O Sinpro ABC publicou em seu Caderno de Formação uma coletânea de poesias chamada Mar de Palavras e disse o seguinte a respeito de Maurício Ceolin:

Chico Ceola era parte de Maurício Francisco Ceolin. A dualidade entre o profissional competente, e a sensibilidade marcante de sua atuação social, faz com que nele coabitem o professor de Física, o militante sindical, o poeta, dentre outros personagens. Sua poesia reflete as inquietações, as angústias e, por vezes, o senso de humor de outras identidades que constituem seu universo criador.

Esperança:

Descansa o guerreiro, enrola-se o covarde, lamenta-se o tímido.

Na cama a humanidade em suspenso. Ao fundo, sem gemidos, a esperança dobra a esquina.

É noite.


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