Mediação de conflitos na escola.
A escola cumpre um papel fundamental na construção do sujeito, pois é reconhecida socialmente como uma instituição de referência para o desenvolvimento humano, que proporciona ao indivíduo diversos processos de aprendizagem, como por exemplo, a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de novas relações. Entretanto, a escola tem sido palco de várias situações de violência, como o bullying, agressões físicas e verbais, que nos levam a refletir sobre a construção de estratégias de enfrentamento e prevenção da violência no contexto escolar.
Dentre as ferramentas utilizadas na busca da administração de conflitos, a mediação tem demonstrado sua eficácia na medida em que está sendo difundida e aplicada nos mais diversos contextos, sendo alguns deles, comunitário, empresarial e escolar. É importante ressaltar que o conflito em si não é violento, entretanto, a forma como se é enfrentado pode levá-lo a ser, como também pode proporcionar crescimento e maturidade.
A mediação proporciona as pessoas o enfrentamento do conflito de forma positiva, de forma que os participantes (autor e receptor) têm a possibilidade de repensar as suas diferenças e buscar alternativas para os seus problemas através do diálogo, sendo facilitado pelo apoio de um terceiro, chamado de mediador. Nesse sentido, é importante que o mediador possua habilidades como atenção para uma escuta sensível ao que o outro está falando, imparcialidade, tolerância e respeito.
Entre diversas ações, a mediação escolar tem sido uma importante ferramenta utilizada na implementação de um sistema restaurativo, que visa à substituição de uma cultura punitiva por uma cultura de paz, onde a criança e o adolescente podem dialogar entre seus pares ou adultos sobre o conflito vivenciado, garantindo o seu direito a participação no processo de resolução do conflito e promovendo a responsabilização e o protagonismo.
Assim, a mediação de conflitos dentro da escola viabiliza um espaço democrático, pois alunos, professores e funcionários falam abertamente sobre as suas diferenças, transformando esse espaço em um lugar seguro para a construção de relacionamentos saudáveis e disseminando uma cultura de paz.
Bruna Santos
Psicóloga Educacional da Terre des hommes Brasil