Presidente da Casa foi chamado de “ditador”, “golpista” e “antidemocrático”
Nesta quarta-feira (01), durante discussão no Plenário, deputados federais massacraram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Ditador”, “golpismo”, “Antidemocrático”, foram alguns dos adjetivos dirigidos ao parlamentar.
O mais nervoso com a atitude arbitrária de Cunha era Glauber Braga (PSB-RJ), que criticou, também, a postura do presidente da Casa, de desligar o microfone de quem o atacava. "A sensação que o senhor tem passado para nós é que, quando um colega quer criticar o seu procedimento, o senhor não quer escutar."
Jandira Feghali (PcdoB-RJ), lembrou que votar um projeto já derrotado, para ver se numa segunda oportunidade ele é aprovado, é “antidemocrático”. “Não é correto votar no tapetão um texto já recusado. Não posso aglutinar um texto morto, já derrotado na Casa. Não é correto voltar no tapetão um texto já recusado. Não podemos jogar o regimento no lixo. Não pode o poder da mesa [da presidência] atropelar a decisão desse plenário."
Por diversas vezes, o deputado Wewerton Rocha (PDT-MA) pediu a palavra. O parlamentar ironizou Cunha, que preferiu fechar os olhos e desviar o rosto para as galerias enquanto era ridicularizado. “O senhor parece aquelas piadas do interior, em que o coronel pergunta: 'quanto é 2+2?'. aí o cara responde: 'quanto o senhor quer que dê?'". Após a piada, o presidente da Casa respondeu, irritado. “Ninguém aqui vai ganhar no berro.”
Quando pegou a palavra, Chico Alencar (PSOL-RJ) seguiu a linha de classificação da medida de Cunha como “golpe”. “O senhor armou uma farsa, uma votação feita com as galerias fechadas”. Henrique Fontana (PT), ironizou a decisão de votar o mesmo projeto duas vezes seguida, com a derrota já consumada em sua primeira apreciação. “Vossa excelência quer votar eternamente até fazer aprovar a tese que o senhor defende, isso é inaceitável na democracia”