Com três campanhas salariais previstas para o início de 2016 (Educação Básica, Ensino Superior e Sesi-Senai), o fator mais preocupante é a crise econômica enfrentada pelo país. As estimativas não são animadoras: a recessão e o enfraquecimento do real podem levar o Brasil para o posto de nona economia mundial, com queda de 2% do PIB, segundo o Banco Central. Em encontro no Sinpro SP, o coordenador de atendimento sindical do Dieese, Airton Santos, falou do tema.
“As expectativas não são boas. E expectativa é um componente muito importante nas relações econômicas.” Para Santos, “pequenos fatores vão minando a economia. A estagnação também se deve ao fato de não termos crescido em 2014. “E a soma de estagnação e inflação alta, a chamada ‘estagflação’, é o pior dos mundos”, disse.
O especialista lembrou que a indústria está mal e que, enquanto ela perde o dinamismo, outros setores se ressentem. Com esse movimento de expectativas negativas, o ‘fio da navalha’ das negociações salariais complicam. “Os sindicatos passam para a defensiva: em vez de pedir salário, briga pelo emprego”.
A saída sugerida pelo consultor sindical João Guilherme Vargas Neto é de priorizar os ganhos circunstanciais, imediatos, que não são diretamente ligados ao salário, como, por exemplo, o abono salarial. “Eu prevejo mais facilidade de recuperação de perdas e mais dificuldades de ganho real”, afirmou Vargas Neto.
Participaram do encontro representantes da Fepesp e da Contee, entidade nacional dos trabalhadores em educação.
Fonte; Fepesp