João Guilherme Vargas Neto*, no DIAP.

Parece que as manifestações do último domingo (16), grandes, mas delimitadas sociologicamente, não tiveram o efeito de modificar a conjuntura. O governo continua emparedado, insistindo no ajuste fiscal e a oposição continua desorientada, com um de seus maiores representantes indicando uma solução para a crise que não havia sido vocalizada pelas ruas.

Em uma situação assim, cresce o papel do “Chamado ao diálogo pela democracia, por crescimento econômico, inclusão social e desenvolvimento nacional”, publicado dia 14 como página inteira nos dois maiores jornais de São Paulo e assinado pelos presidentes de 11 Sindicatos e uma Federação de trabalhadores, que encarnavam as Centrais Sindicais reconhecidas.

O texto do manifesto foi laboriosamente discutido entre os protagonistas (há o registro de 11 versões em discussão até a última, publicada) e as escolhas das entidades que assinaram foi atribuição das direções de cada Central, que conduziam a iniciativa.

Deve-se reconhecer que várias entidades de peso e diversas categorias que também assinariam, não puderam ser contempladas no primeiro momento.

Na fase atual, para reforço do papel a ser desempenhado pelo manifesto — com clareza, precisão na pauta e unificação do movimento sindical — cada entidade que o apoia pode providenciar sua difusão, horizontalizando-o e assinando-o em primeiro lugar.

Assim contribuindo para o fortalecimento do documento, seja com sua difusão regional ou estadual, seja ampliando as categorias envolvidas (até mesmo aquelas que se mantêm independentes das centrais).

Como a conjuntura não mudou, a luta de resistência ao ajuste e à recessão promete ser longa. É necessário fazer do documento, ao lado de inúmeros outros já divulgados, nossa bandeira unitária e nosso ponto de conforto.

(*) Membro do corpo técnico do Diap, é consultor de diversas entidades sindicais.

Este artigo foi originalmente postado no site do DIAP, em 18/08.


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