REESTRUTURAÇÃO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO

O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), publicou a reorganização da rede estadual por ciclo único de ensino. Esta reforma nos remete ao modelo da lei nº 4.024/61 em que os alunos eram organizados por ciclos – grupo escolar, ginásio e “colégio”. Com a atual reforma ficará assim: ciclo inicial (1º ao 5º ano) estudam numa escola, os alunos do ciclo final (6º ao 9º ano), em outra e, os do ensino médio, em outra escola. Como se vê, a proposta é ter um ciclo por unidade proporcionando o convívio de alunos da mesma faixa etária. A secretaria de educação do Estado de São Paulo implantou também o limite de 1,5Km de distância para transferência de estudantes. O que mais assusta é que, apesar da lei impor o debate entre os representantes dos professores e a comunidade, o projeto de reestruturação foi elaborado às “escondidas”.

Esta reestruturação do ensino em São Paulo, implementada pelo Governador Geraldo Alckmin (PSDB), provoca superlotação de salas de aulas, demissões de milhares de professores, fechamentos de até 30% das escolas públicas e transtornos para os pais, já que os filhos terão que se deslocarem para outras escolas isto é, os pais terão que levar os filhos para colégios diferentes. Esta mudança também tem por objetivo, municipalizar o ciclo inicial (1º ao 5º ano) e pode fechar o ensino médio para o período noturno, dificultando a vida de milhares de jovens que trabalham durante o dia. Outro aspecto da reestruturação, e bastante relevante, é que a reestruturação não mexe na essência da educação pois, não traz mudança de qualidade, pelo contrário, os professores continuarão com baixos salários, as condições de trabalhos ficarão piores, devido a superlotação das salas, e os nossos alunos terão grandes dificuldades para prosseguir seus estudos visando o ensino superior ou técnico.

Esta reestruturação do governador Geraldo Alckmin é um duro golpe na educação de São Paulo piorando, e muito, o sistema educacional do maior estado da União. Em vez de investir mais, tornar o ensino integral e reduzir o número de alunos por sala de aula, o governo de São Paulo vê uma oportunidade de reduzir custos.

Fica aqui uma dúvida: Geraldo Alckmin (PSDB) ganhou um prêmio de gestor hídrico e, todos sabem que São Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história. Será que o governador, com essa reestruturação na educação, está querendo ganhar um prêmio de melhor gestor educacional?

                                                                                                    José Jorge Maggio

                                                                                              Presidente SINPRO ABC

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