A saúde financeira das instituições de ensino é um dos muitos assuntos transformados em argumentos durante uma campanha salarial. Em um cenário de crise econômica, as finanças dos patrões são colocadas à mesa logo na primeira rodada de negociação.
No entanto, a crise sentida no bolso do professor e da professora pode não ser a mesma que toca o setor financeiro de um grande segmento como é o Ensino Superior privado. Em matéria do jornal Valor Econômico da última semana, dados apontam que, apesar da recessão e da redução do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), a Kroton faturou quase 40% mais em 2015. Dentre as razões apontadas pelo presidente do grupo, estão a junção de alunos de diferentes cursos em uma mesma sala e as sinergias da fusão com a Anhanguera.
Sendo o professor o ator imprescindível da prática educacional, é incoerente que reduções nas verbas dos docentes sejam a primeira prática adotada para manter o equilíbrio nas finanças. Não deveriam nem ser cogitadas. Entretanto, não é bem assim que acontece.
No ano passado, a FEPESP encomendou um estudo sobre as finanças de grandes grupos educacionais do Ensino Superior privado. Impulsionados por fusões e altas das mensalidades, o que se viu em relação às verbas dos docentes foi justamente o oposto: os gastos com os professores diminuíram. O estudo foi divulgado em julho de 2015 pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O assunto foi abordado no “Diálogos FEPESP”, que contou com a presença de Oscar Malvessi, professor da FGV e consultor em administração de empresas, José Roberto de Toledo, jornalista e coordenador do Estadão Dados, e Celso Napolitano, presidente da Federação.
Confira o vídeo abaixo: