Noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo (23/08), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS) divulgou que três em cada 10 planos de saúde privados não pagam de volta o atendimento que o SUS prestou a seus clientes.

Desde 2001, o calote divulgado é de R$ 826 milhões. Porém, o buraco é maior, segundo o professor Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP, ouvido pela Folha. Ele informa que esses valores referem-se apenas a procedimentos simples. Os outros, mais complexos, como hemodiálise e tratamento de câncer – que os planos privados invariavelmente transferem para o SUS – não estão contabilizados nessa conta.

Além disso, há R$ 1,4 bilhões cobrados pela ANSS que as empresas de plano de saúde estão contestando na Justiça.

A conta não para aí. Embora a cobrança tenha sido institucionalizada em 1998, só começou a ser feita em 2001. Ou seja, três anos foram simplesmente esquecidos.

Tais fatos são mais uma mostra do perigo representado pela proposta do ministro interino da saúde de criar “planos de saúde baratos” para substituir parte do papel do SUS.


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