O Senai está planejando reduzir em 30% os custos com os professores do Ensino Superior. Para isso está demitindo a totalidade dos seus docentes, registrados com a nomenclatura “professor de ensino superior”.

Alguns foram demitidos no final de 2016, outros serão ao final deste ano. O Senai que vive alardeando, nas suas campanhas publicitárias, que o país tem jeito, faz demissões com um ano de antecedência. Os docentes que estão para se aposentar, por isso têm estabilidade, já foram avisados que ao expirar o prazo também serão demitidos.

A estratégia consiste em prometer aos demitidos a abertura de processo seletivo público futuro para possível recontratação, com valores menores de hora aula. Além do rebaixamento salarial ser uma prática perversa, a direção do Senai esquece que seduziu os docentes com promessas de progresso profissional, sendo que, muitos deles fizeram do SENAI sua única fonte de renda, rompendo contratos de trabalho com outras instituições.De um total de 24 docentes que trabalham nas unidades de São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, o Senai demitiu 12, mas com promessa de demitir todos.

Diante desse quadro, o SINPRO-ABC, ingressou na justiça com o instrumento de Dissídio Coletivo Jurídico contra as demissões que julga ser em massa. Além de renunciar receitas, diminuindo a oferta de vagas, promovendo reformas curriculares e cobrando mensalidades abusivas, o Senai também extingue cursos. Resultado: deixa os alunos sem perspectiva de futuro profissional e demite professores. Ruim para os alunos, ruim para a sociedade.

Vale lembrar que em outubro passado, o SENAI fechou termo de cooperação técnica na área ambiental com a Universidade Federal de São Carlos para aperfeiçoamento de pessoal, enquanto extinguia o curso Processos Ambientais. O Brasil tem jeito, mas não assim!


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