Destaque Cultural

Neste dia Internacional da Mulher, o Boletim "O Professor" traz como destaque a professora Alcidéa Miguel de Souza –  54 anos, para mostrar a força, a garra e a determinação de nossas companheiras de trabalho. Ela é natural de Vitória no Espírito Santo, veio para São Paulo onde trabalhou e se aposentou no Magistério, como professora de música. Acompanhe!

 

 Lecionei:

EEPSG  Profa. Ondina Rivera Miranda Cintra

Colégio Trevo Master

Colégio Xingú – Pueri Domus

Colégio Barão de Mauá (Mauá)

Leciono atualmente no Colégio Famari (Fundamental I e II)

 

OP: O que é ser mulher?

 AM: Ser mulher é ser frágil e valorosa, assim como um cristal, e ao mesmo tempo ser forte como a rocha em todos os momentos e situações da vida.

Apesar de tão meigas, delicadas, somos especiais, e mesmo quando incompreendidas continuamos amando e sem cobranças.

Amamos simplesmente por amar, porque somos essência do amor!
Ser mulher é ser fascinante em todas as circunstâncias:
Quer no glamour da beleza, quer nas atividades do lar, quer no serviço externo, profissional.
Ser mulher é estar sempre pronta para ser mãe, filha, esposa, nora, irmã, ne
ta, enfim: Um belo jardim repleto de flores de todas as idades, que florescem e despetalam na estação propícia.

 

OP: O que é ser trabalhadora?

 AM: Ser trabalhadora é assumir o seu trabalho profissional e doméstico com dedicação, com foco, sabendo de qual ponto sairá e onde pretende chegar.

É acreditar que o trabalho precisa nos fazer crescer como pessoa e como profissionais.

OP: O que é ser professora?

 AM: Ser professora é ter a habilidade de ensinar aquilo que você sabe.

Ouço alguns professores dizerem: “Eu estou professor, eu não sou professor”. Na minha opinião, estes declarantes estão em lugar errado, porque precisamos ter muita responsabilidade sobre o que ensinaremos aos alunos, já que os mesmos levarão nossas lições, boas ou ruins, para o resto da vida.

Concordo com Cora Coralina quando disse: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

 

OP: Conte um pouco sua história.

 AM: Formada em ensino Superior pela Faculdade FAINC em Artes e Música desde 1986.

Comecei a estudar música desde os oito anos de idade, aprendendo violão, violino, regência e canto. Aos 34 anos cursei Saxofone pela Fundação das Artes (SCS),

Hoje exerço a função de Musicista e leciono prática instrumental e musicalização para Fundamental I e II, sou regente de coros graduados de Infantil a terceira idade, sou modelo pela agência HDA models e pratico Pintura em tela.

Canto e toco em eventos, gravei um CD solo em 2016 no gênero Gospel,

Sou escritora, tendo publicado 04 Livros: “Ainda há tempo para a esperança” (autobiografia), “Eu também chorei na escola” (infantil), “O artista é você” (paradidático de Artes) e  Conto: “Quando pinta tem cento e trinta” (Antologia Cadernos Negros 38).

Comecei a lecionar aos 12 anos de idade. Minha Mãe tinha uma rede de escolas de Datilografia e cursos técnicos, com agência de empregos, onde o aluno estudava e já era inserido no mercado de trabalho. Eu e meus cinco irmãos ajudávamos minha mãe e meu pai na escola dando aulas dos cursos oferecidos.

Desde o início, já me apaixonei pela educação, estendendo-se até hoje. Mesmo aposentada desde 2012, por paixão continuei a dar minha contribuição para que a Arte pertença a todos. 

 

OP: Quais os momentos mais marcantes de sua carreira profissional?

 AM: Os momentos mais marcantes da minha carreira profissional foram por saber que contribuí para a formação e reconhecimento de grandes nomes da música popular e erudita brasileira, contribuí para a formação de grandes profissionais que foram meus alunos e também por ter deixado  uma herança marcante na vida dos meus filhos, pois eles foram meus alunos desde o 3º ano de idade nas escolas onde lecionei e se tornaram grandes músicos  e profissionais estudiosos com excelentes resultados no mercado de trabalho e estudantil.

Sou Mãe e professora do Lucas (31 anos)- Administrador de Empresas, bilíngue, com MBA concluído, músico (pianista e compositor).

Amanda (29 anos)- forma-se em Medicina em Novembro de 2017, músico (pianista e cantora).

Daniel (23 anos)- aluno de Engenharia da universidade federal do ABC, cursando Mestrado na UFABC, funcionário concursado do Banco do Brasil, músico (Flautista).    

Outro momento marcante para mim é quando um aluno me procura e me diz: Professora, preciso que você me dê aulas. Já tentei aprender pela internet, mas não dá! “Preciso de um professor presencial!”

Nada vai apagar o trabalho de um professor humano, com coração e sangue circulando pelas artérias.

 

OP: Quais os momentos mais marcantes de sua vida?

 AM: Poder sentar para assistir a um show dos meus alunos, hoje já músicos ou artistas plásticos da mídia nacional e internacional.

Contemplar, gravado em meu CD, músicas compostas pelos meus filhos.

Entrar num consultório médico ou de advocacia e saber que dei aula para o tal doutor e também nas demais profissões, saber que o doutor do assunto em pauta foi meu aluno.

Marca-me muito também quando um pequenino aluno me diz: “Prô  Alcidéa, você deu aula para a minha mãe e/ou meu pai!”

 

OP: Considerações finais.

 AM: A “Mulher Professora” traz dentro de si algo que a diferencia dos homens: O instinto MÃE.

Traz dentro de si uma força capaz de mudar vidas, direcionando os alunos a enxergarem um amplo horizonte, multiplicando a esperança de realizar o que parecia impossível.

Professores: Sigamos lutando, engajados na arte de educar, com dedicação e fé, aguardando um novo amanhecer.

Um bom mestre é aquele que inspira seus alunos a aprenderem e os ensina a pensar por si mesmos.

“De mãos dadas avante!”


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