O empresário Paulo Skaf foi reeleito, pela quarta vez consecutiva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Caso cumpra seu mandato até o fim, ele terá permanecido frente à federação das indústrias paulistas por 17 anos.

É uma situação inédita para beneficiar seus interesses e do empresariado, já que o estatuto da entidade foi alterado pelo menos duas vezes, para atender a demanda dos patrões. Para críticos, a mudança na direção da Federação teria de acontecer de fato.

“Se exigimos do setor público o fiel cumprimento de regras e leis, o exemplo tem de vir de casa: fazer jogadas para se perpetuar no poder é péssimo para a sociedade”, diz Roberto Giannetti da Fonseca, ex-diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp.

Ele não é o único a alertar para o problema. “Nesse caso, me preocupa que os empresários brasileiros,em geral por conta de vícios institucionais que mancham a escolha de dirigentes, estejam perdendo o protagonismo e a iniciativa, num momento de crise e definição do que se quer do País”, afirma o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que pertenceu ao conselho de economia da Fiesp.


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