Em um ano, houve aumento de 5,7% no total de matrículas de graduação do ensino superior brasileiro. O maior impulso se deu em instituições públicas, onde houve crescimento de 7,9%. Já nas instituições privadas, o aumento foi de 4,8%. Atualmente, há 6.739.689 pessoas matriculadas em cursos de graduação no ensino superior do país. Deste total, 1.032.936 estão em instituições federais.
Os dados do Censo da Educação Superior 2011 foram apresentados nesta terça-feira, 16, pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa. A previsão é de que os microdados, mais detalhados, por unidade da Federação e demais recortes sejam divulgados no portal do Inep a partir da próxima semana.
“Este é um ritmo bastante significativo que estamos conseguindo projetar”, salientou o ministro. Segundo ele, políticas de indução, como o Programa Universidade Para Todos (ProUni), Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) sustentam as taxas de crescimento na educação superior. Nos últimos anos, o MEC já concedeu mais de um milhão de bolsas integrais e parciais do ProUni, além de 570 mil contratos do Fies.
“Nossa prioridade hoje é consolidar a expansão do Reuni. Crescer com qualidade”, ressaltou Mercadante. No período de 2010-2011, a matrícula na rede federal cresceu 10% e já participa com mais de 58% das matrículas na rede pública (que reúne ainda as esferas municipal e estadual), superando a marca de um milhão de matrículas de graduação. Atualmente, são 59 universidades federais. A previsão do governo federal é que até 2014 o Brasil tenha 63 universidades federais, com 321 câmpus distribuídos em 272 municípios.
Os dados do Censo da Educação Superior também apontam que o percentual de pretos e pardos de 18 a 24 anos que frequentam ou já concluíram o ensino superior de graduação evoluiu de 1,8% para 8,8% e 2,2% para 11%, respectivamente. “Este número ainda é baixo, mas vai melhorar com a política de cotas. Uma década é um prazo razoável para diminuir a desigualdade”, destacou Mercadante, referindo-se à lei de cotas, que reserva 50% das matrículas em universidades federais e institutos federais de ciência e tecnologia para estudantes oriundos de escolas públicas, com baixa renda, além de pretos, pardos e indígenas.
Em um ano, houve aumento de 5,7% no total de matrículas de graduação do ensino superior brasileiro. O maior impulso se deu em instituições públicas, onde houve crescimento de 7,9%. Já nas instituições privadas, o aumento foi de 4,8%. Atualmente, há 6.739.689 pessoas matriculadas em cursos de graduação no ensino superior do país. Deste total, 1.032.936 estão em instituições federais.

Os dados do Censo da Educação Superior 2011 foram apresentados nesta terça-feira, 16, pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa. A previsão é de que os microdados, mais detalhados, por unidade da Federação e demais recortes sejam divulgados no portal do Inep a partir da próxima semana.

“Este é um ritmo bastante significativo que estamos conseguindo projetar”, salientou o ministro. Segundo ele, políticas de indução, como o Programa Universidade Para Todos (ProUni), Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) sustentam as taxas de crescimento na educação superior. Nos últimos anos, o MEC já concedeu mais de um milhão de bolsas integrais e parciais do ProUni, além de 570 mil contratos do Fies.

“Nossa prioridade hoje é consolidar a expansão do Reuni. Crescer com qualidade”, ressaltou Mercadante. No período de 2010-2011, a matrícula na rede federal cresceu 10% e já participa com mais de 58% das matrículas na rede pública (que reúne ainda as esferas municipal e estadual), superando a marca de um milhão de matrículas de graduação. Atualmente, são 59 universidades federais. A previsão do governo federal é que até 2014 o Brasil tenha 63 universidades federais, com 321 câmpus distribuídos em 272 municípios.

Os dados do Censo da Educação Superior também apontam que o percentual de pretos e pardos de 18 a 24 anos que frequentam ou já concluíram o ensino superior de graduação evoluiu de 1,8% para 8,8% e 2,2% para 11%, respectivamente. “Este número ainda é baixo, mas vai melhorar com a política de cotas. Uma década é um prazo razoável para diminuir a desigualdade”, destacou Mercadante, referindo-se à lei de cotas, que reserva 50% das matrículas em universidades federais e institutos federais de ciência e tecnologia para estudantes oriundos de escolas públicas, com baixa renda, além de pretos, pardos e indígenas.  

Fonte: MEC

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assinou nesta sexta-feira, 5, dois memorandos de parceria com a ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Annette Schavan. Os acordos preveem novas possibilidades de cooperação e intercâmbio no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras para fortalecer a educação profissional e tecnológica brasileira.
Um dos convênios assinados estabelece que o Ministério da Educação enviará, até 2014, dois mil professores de institutos federais de educação, ciência e tecnologia e de escolas técnicas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para estágios na Alemanha, em parceria com o Instituto Fraunhofer. Os professores que forem selecionados serão capacitados com base no sistema dual, tradicionalmente usado na Alemanha, que alia a teoria da sala de aula à prática em estágios em empresas e indústrias.
A mesma experiência será replicada no Brasil com estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Eles dedicarão parte do tempo às aulas e outra parte a estágios em empresas alemãs no Brasil. “Temos um grande desafio, que é aumentar a competividade da economia brasileira, e o melhor caminho é investir na formação dos trabalhadores”, pontuou o ministro.
De acordo com Mercadante, a Alemanha destaca-se por concentrar as melhores tecnologias no ramo industrial e pela capacidade de inovação. “Temos um interesse muito grande no aprimoramento das nossas parcerias. O Brasil quer aprofundar as questões de ciência tecnologia e inovação com a Alemanha”, salientou. O ministro ressaltou também que os dois países mantêm há 40 anos uma estreita cooperação no domínio da ciência e educação.
Mercadante anunciou ainda o investimento de US$ 1 bilhão na ampliação de centros técnico-profissionais, em parceria com o Senai, com o auxílio do Instituto Fraunhofer.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assinou nesta sexta-feira, 5, dois memorandos de parceria com a ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Annette Schavan. Os acordos preveem novas possibilidades de cooperação e intercâmbio no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras para fortalecer a educação profissional e tecnológica brasileira.

Um dos convênios assinados estabelece que o Ministério da Educação enviará, até 2014, dois mil professores de institutos federais de educação, ciência e tecnologia e de escolas técnicas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para estágios na Alemanha, em parceria com o Instituto Fraunhofer. Os professores que forem selecionados serão capacitados com base no sistema dual, tradicionalmente usado na Alemanha, que alia a teoria da sala de aula à prática em estágios em empresas e indústrias.

A mesma experiência será replicada no Brasil com estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Eles dedicarão parte do tempo às aulas e outra parte a estágios em empresas alemãs no Brasil. “Temos um grande desafio, que é aumentar a competividade da economia brasileira, e o melhor caminho é investir na formação dos trabalhadores”, pontuou o ministro.

De acordo com Mercadante, a Alemanha destaca-se por concentrar as melhores tecnologias no ramo industrial e pela capacidade de inovação. “Temos um interesse muito grande no aprimoramento das nossas parcerias. O Brasil quer aprofundar as questões de ciência tecnologia e inovação com a Alemanha”, salientou. O ministro ressaltou também que os dois países mantêm há 40 anos uma estreita cooperação no domínio da ciência e educação.

Mercadante anunciou ainda o investimento de US$ 1 bilhão na ampliação de centros técnico-profissionais, em parceria com o Senai, com o auxílio do Instituto Fraunhofer.

Fonte: MEC

As turmas de pré-escola e dos dois anos iniciais do ensino fundamental deverão conter no máximo 25 alunos, segundo estabelece o projeto de lei do Senado (PLS 504/2011), de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), aprovado nesta terça-feira (16), em decisão terminativa, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Segundo o projeto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as turmas dos anos seguintes do ensino fundamental e as turmas do ensino médio serão compostas por até 35 alunos.
- O objetivo do projeto é buscar melhores condições de aprendizagem para as crianças brasileiras. E a relação entre professor e número de alunos incide diretamente sobre a capacidade de aprendizagem – disse Humberto Costa durante a reunião da comissão, presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Inicialmente, a relatora da proposta, senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), havia sugerido uma emenda ao projeto, que permitiria a ampliação dos quantitativos em até 20%, desde que cada aluno viesse a ocupar 1,5 metro quadrado, na educação infantil, ou um metro quadrado, no ensino fundamental e no ensino médio. A pedido do autor da proposta, que alertou para a “dificuldade operacional” de se colocar em prática o texto da emenda, a relatora admitiu manter a versão original do projeto.
Superdotação
A comissão aprovou ainda outros quatro projetos em decisão terminativa. O primeiro deles foi o PLS 254/2011, de autoria do senador licenciado Marcelo Crivella, que também altera a LDB, desta vez para determinar a identificação, o cadastramento e o atendimento dos “estudantes com altas habilidades ou superdotação”.
Segundo o relator da matéria, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a criação do cadastro será útil para o estabelecimento de políticas públicas destinadas a esses estudantes, permitindo “explorar a plenitude das capacidades do alunado cadastrado”.
Avaliação
Também foi aprovado em decisão terminativa o projeto de lei da Câmara (PLC 65/2011), cujo relator foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que altera o dispositivo da LDB referente à avaliação do ensino. Atualmente, a lei determina à União que assegure “processo nacional de avaliação do rendimento escolar”.
O projeto amplia o conceito de avaliação, para além da simples avaliação de rendimento. Estabelece que caberá à União “assegurar processo nacional de avaliação do ensino fundamental e médio e da educação superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”.
As turmas de pré-escola e dos dois anos iniciais do ensino fundamental deverão conter no máximo 25 alunos, segundo estabelece o projeto de lei do Senado (PLS 504/2011), de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), aprovado nesta terça-feira (16), em decisão terminativa, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Segundo o projeto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as turmas dos anos seguintes do ensino fundamental e as turmas do ensino médio serão compostas por até 35 alunos.
- O objetivo do projeto é buscar melhores condições de aprendizagem para as crianças brasileiras. E a relação entre professor e número de alunos incide diretamente sobre a capacidade de aprendizagem – disse Humberto Costa durante a reunião da comissão, presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Inicialmente, a relatora da proposta, senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), havia sugerido uma emenda ao projeto, que permitiria a ampliação dos quantitativos em até 20%, desde que cada aluno viesse a ocupar 1,5 metro quadrado, na educação infantil, ou um metro quadrado, no ensino fundamental e no ensino médio. A pedido do autor da proposta, que alertou para a “dificuldade operacional” de se colocar em prática o texto da emenda, a relatora admitiu manter a versão original do projeto.

Superdotação
A comissão aprovou ainda outros quatro projetos em decisão terminativa. O primeiro deles foi o PLS 254/2011, de autoria do senador licenciado Marcelo Crivella, que também altera a LDB, desta vez para determinar a identificação, o cadastramento e o atendimento dos “estudantes com altas habilidades ou superdotação”.

Segundo o relator da matéria, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a criação do cadastro será útil para o estabelecimento de políticas públicas destinadas a esses estudantes, permitindo “explorar a plenitude das capacidades do alunado cadastrado”.

Avaliação
Também foi aprovado em decisão terminativa o projeto de lei da Câmara (PLC 65/2011), cujo relator foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que altera o dispositivo da LDB referente à avaliação do ensino. Atualmente, a lei determina à União que assegure “processo nacional de avaliação do rendimento escolar”.

O projeto amplia o conceito de avaliação, para além da simples avaliação de rendimento. Estabelece que caberá à União “assegurar processo nacional de avaliação do ensino fundamental e médio e da educação superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”.

Fonte: Agência Senado

O resultado para o Programa de Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) já está disponível. Foram pré-selecionados 1.570 professores de escolas públicas para a turma 2013 do curso de pós-graduação, em modalidade semipresencial, financiado pela Coordenação de Capacitação de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Entre os dias 1 e 3 de outubro, os candidatos poderão pedir a revisão das notas e, em 14 de outubro, será divulgado o resultado final.
Atualmente, 2.767 professores participam do programa, que tem como rede de apoio 59 instituições de ensino superior, num total de 74 polos presenciais em todo o Brasil. As aulas para os aprovados nesse terceiro processo seletivo iniciarão em março. O Profmat destina-se prioritariamente a professores da educação básica de escolas públicas e as aulas presenciais ocorrem uma vez na semana, geralmente na sexta-feira ou sábado. “O programa permite ao professor acesso as melhores universidades públicas do país”, observa Marcelo Viana, presidente do conselho gestor do Profmat.
Segundo ele, o programa é uma peça importante no processo de valorização profissional e precisa ser considerado pelas secretarias de educação, que empregam esses mestrandos. “Não é apenas uma questão salarial, mas esses professores vão voltar para a sala de aula mais qualificados”, acrescenta Viana.
“O Profmat é uma oportunidade única porque visa rever conceitos da graduação, mas focados na prática da sala de aula”, conta Fábio Luis de Brito, 39 anos, professor de ensino médio do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Na reta final para concluir o curso, o professor pretende escrever sobre a metodologia do ensino de funções. “Os alunos têm muita dificuldade nessa matéria e é possível buscar uma nova abordagem desse conteúdo”, explica.
Vanguarda – O Profmat é o primeiro e único programa de mestrado profissional stricto sensu, na modalidade semipresencial para professores do ensino médio em atividade, reconhecido e financiado pela Capes. O programa é coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e é oferecido por instituições que integram o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Como a experiência tem se mostrado satisfatória, há propostas de mestrados profissionais em outras disciplinas em análise no comitê técnico científico da educação superior da Capes e próximos de serem lançados. “Estão sendo avaliados propostas de mestrados em letras e em física. O Profletras, por exemplo, será um programa de mestrado profissional para professores do ensino fundamental que dão aulas de português”, explica João Carlos Teatini, diretor de educação a distância da Capes.
O resultado para o Programa de Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) já está disponível. Foram pré-selecionados 1.570 professores de escolas públicas para a turma 2013 do curso de pós-graduação, em modalidade semipresencial, financiado pela Coordenação de Capacitação de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Entre os dias 1 e 3 de outubro, os candidatos poderão pedir a revisão das notas e, em 14 de outubro, será divulgado o resultado final.

Atualmente, 2.767 professores participam do programa, que tem como rede de apoio 59 instituições de ensino superior, num total de 74 polos presenciais em todo o Brasil. As aulas para os aprovados nesse terceiro processo seletivo iniciarão em março. O Profmat destina-se prioritariamente a professores da educação básica de escolas públicas e as aulas presenciais ocorrem uma vez na semana, geralmente na sexta-feira ou sábado. “O programa permite ao professor acesso as melhores universidades públicas do país”, observa Marcelo Viana, presidente do conselho gestor do Profmat.

Segundo ele, o programa é uma peça importante no processo de valorização profissional e precisa ser considerado pelas secretarias de educação, que empregam esses mestrandos. “Não é apenas uma questão salarial, mas esses professores vão voltar para a sala de aula mais qualificados”, acrescenta Viana.

“O Profmat é uma oportunidade única porque visa rever conceitos da graduação, mas focados na prática da sala de aula”, conta Fábio Luis de Brito, 39 anos, professor de ensino médio do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Na reta final para concluir o curso, o professor pretende escrever sobre a metodologia do ensino de funções. “Os alunos têm muita dificuldade nessa matéria e é possível buscar uma nova abordagem desse conteúdo”, explica.

Vanguarda
O Profmat é o primeiro e único programa de mestrado profissional stricto sensu, na modalidade semipresencial para professores do ensino médio em atividade, reconhecido e financiado pela Capes. O programa é coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e é oferecido por instituições que integram o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Como a experiência tem se mostrado satisfatória, há propostas de mestrados profissionais em outras disciplinas em análise no comitê técnico científico da educação superior da Capes e próximos de serem lançados. “Estão sendo avaliados propostas de mestrados em letras e em física. O Profletras, por exemplo, será um programa de mestrado profissional para professores do ensino fundamental que dão aulas de português”, explica João Carlos Teatini, diretor de educação a distância da Capes.

Fonte: MEC

Piso salarial de R$ 1,4 mil está longe da remuneração de outras profissões, que muitas vezes exigem menos qualificação e dedicação
Rita de Cássia Hipólito desistiu da carreira de projetista para fazer um mestrado e, por acaso, se tornar uma professora. Ensinar era a atividade mais compatível com a jornada de estudos. Apaixonou-se pela profissão e há sete anos trabalha na rede municipal de São Paulo dando aulas de história. A carreira, já tão desvalorizada, está prestes a perder mais uma profissional.
A paulistana de 37 anos, assim como tantos outros colegas, não vê valorização em seu esforço de se capacitar e dar boas aulas. Os alunos – e o carinho que demonstram por ela – são a única razão que a mantém na ativa até agora. Mas o salário, de aproximadamente R$ 2,8 mil por 40 horas de trabalho semanais, a obriga a reavaliar a profissão neste momento. “Eu não tenho reconhecimento de ninguém. Continuo pelo meu aluno, não por mim”, admite.Meses atrás, Rita adoeceu. O terapeuta recomendava abandonar a profissão. “Eu chorava, porque não conseguia me imaginar longe da escola. Mas, aí, me vejo sendo tão maltratada como profissional, penso em largar”, admite. A professora, que fez bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais e mestrado em sociologia na Universidade de São Paulo, diz que sempre teve dois empregos para conseguir se manter. “Mas quando vi meu primeiro holerite me assustei. Eu ganhava mais dando aula particular”, conta.
A história de Rita, infelizmente, não é isolada. No Dia do Professor, comemorado nesta segunda-feira, muitos profissionais em todo o País lamentam – em vez de celebrar – a escolha de carreira que fizeram . O iG ouviu alguns professores de formação que, mesmo apaixonados pelo trabalho que desenvolviam, desistiram de tentar sobreviver com o salário da função, baixo diante de outras profissões, e mudaram de atividade.
Salários desproporcionais
Manoel, Rosângela e Joelma sentem saudades da sala de aula e dizem que, se as condições de trabalho fossem melhores e a remuneração mais alta, teriam continuado na profissão. É fácil compreender as razões deles. Para ser um professor, por lei, é preciso ser formado em Pedagogia ou em alguma licenciatura, cujo curso dura pelo menos três anos. Há muitos outros cargos que, com a mesma titulação, oferecem salários mais atraentes.
Para melhorar:  Piso, bolsas e carreira são promessas para valorizar professor
Manoel é servidor público no Senado Federal. Lá, um analista (cargo que exige apenas a graduação) inicia a carreira ganhando R$ 18 mil. Mais de 10 vezes o piso salarial do professor , que hoje é de R$ 1,4 mil e não é pago por muitos redes estaduais e municipais. No Judiciário, onde trabalham Rosângela e Joelma, um técnico (nível médio) e um analista (graduado) ganham, em média, 3,5 mil e R$ 6 mil, respectivamente, no início da carreira.
As diferenças salariais estão também em carreiras mais próximas à realidade do professor. O salário básico de um biólogo ou de um químico, por exemplo, é de seis salários mínimos, um total de R$ 3,7 mil. Há muitos professores dessas áreas que cursaram não só a licenciatura, que habilita a dar aulas, mas também o bacharelado e poderiam atuar como biólogos e químicos.
Para tentar mudar esse cenário, o Plano Nacional de Educação (PNE), que define as metas educacionais para o País nesta década, previu a valorização dos profissionais da área, equiparando os salários . A redação da meta 17, que trata desse tema, diz que o “rendimento médio” dos docentes será equiparado aos “dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano da vigência deste PNE (2016)”. Mas o projeto não define quais profissões seriam comparadas à do professor. E ainda não foi implementado.
Em busca de ascensão social
Ensinar foi a primeira atividade que chamou a atenção, e despertou o interesse, de Manoel Morais, 36 anos. O cearense, aos 10 anos, dava aulas de reforço para os colegas em dificuldade. Estudioso, achava fácil explicar o que sabia aos colegas. Estudante de química industrial na escola técnica de Fortaleza, Manoel não pensava em se tornar um professor até ser convidado, aos 17 anos, a dar aulas em cursinhos pré-vestibulares.
A vocação lhe parecia natural, mas Manoel queria fugir da profissão tão criticada pelos seus professores da rede pública, onde estudou a vida toda. Apesar das aulas no cursinho, fez vestibular para Engenharia Química. No meio do caminho, decidiu fazer licenciatura em Química e se tornar mesmo professor. “Comecei a estudar neurociências para entender como o cérebro aprende e poder ajudar meus alunos melhor”, conta.
Em 2004, no entanto, as ilusões de Manoel com a carreira acabaram. Ele começou a fazer concursos públicos para mudar de área de atuação. Em 2005, chegou a Brasília, após ter sido aprovado no concurso do Ministério Público da União. “Mudei em busca de ascensão social mesmo. O cargo de juiz exige apenas o bacharelado em Direito. Para dar aula em uma faculdade é preciso, no mínimo, um mestrado. E quem ganha mais? Não quis seguir na carreira que eu amo por conta da condição financeira mesmo”, admite.
Hoje, Manoel está prestes a concluir o curso de Direito e pensa em novos concursos. “Por causa da questão financeira, há uma fuga de cérebros do magistério. Teria ficado na escola se tivesse a oportunidade de ganhar a mesma coisa”, desabafa. Para diminuir as saudades da sala de aula, hoje Manoel ensina outras pessoas a estudar. Dá treinamentos aos sábados sobre técnicas de estudo e oratória.
Longe do sacerdócio
Como muitas mulheres de sua idade, Joelma de Sousa, 46 anos, fez o curso normal durante o antigo 2º grau. Antes mesmo de terminar o preparatório para o magistério, Joelma passou em um concurso da Fundação Educacional de Brasília. “Era o caminho mais rápido para o trabalho. Passei cinco anos dando aulas de alfabetização para crianças e adultos. Adorava meu trabalho. Eu via o começo e o fim dele. Um dos mais gratificantes”, analisa.
Como precisava ajudar a família a se manter, Joelma desistiu do curso de pedagogia. Estudou para um concurso e se tornou técnica judiciária. “A questão salarial foi a única razão para ter mudado de profissão. Fiquei muito triste quando sai”, relembra. Ela diz que, na época, o salário de técnica já era três ou quatro vezes maior que o de professora. Já trabalhando no tribunal, Joelma fez Letras-Tradução em Francês, depois cursou Direito.
“Se minha filha quiser ser professora, vou achar sensacional. A minha família não tinha condições de me apoiar nessa decisão à época, mas espero que eu possa. Ser professor não é um sacerdócio, todos precisam de dinheiro para viver. Se quisermos bons profissionais, teremos de pagar bem”, pondera.
Sonho interrompido
Rosângela Pinto Ramos, 51 anos, escolheu ser uma professora ainda criança. Filha de professora, ela admirava a mãe. Percebeu que tinha escolhido a carreira certa logo que terminou o curso de magistério. Começou a dar aulas e se apaixonou pelo ambiente escolar, o trabalho com os alunos. Fez o curso de pedagogia e sonhava em abrir seu próprio colégio.
Mas as diferenças salariais – e a oportunidade de atuar na própria área ganhando mais – a fizeram desistir. Rosângela começou a trabalhar no Judiciário quando os pedagogos ainda eram requisitados para atuar nas Varas de Infância e para trabalhar com jovens infratores.
“Mesmo assim eu continuei dando aulas, por prazer mesmo. Até que a correria me fez desistir das aulas”, conta. A servidora, que já não atua mais com sua área no tribunal em que trabalha, conta que sente saudades da sala de aula até hoje.
Piso salarial de R$ 1,4 mil está longe da remuneração de outras profissões, que muitas vezes exigem menos qualificação e dedicação

Rita de Cássia Hipólito desistiu da carreira de projetista para fazer um mestrado e, por acaso, se tornar uma professora. Ensinar era a atividade mais compatível com a jornada de estudos. Apaixonou-se pela profissão e há sete anos trabalha na rede municipal de São Paulo dando aulas de história. A carreira, já tão desvalorizada, está prestes a perder mais uma profissional.

A paulistana de 37 anos, assim como tantos outros colegas, não vê valorização em seu esforço de se capacitar e dar boas aulas. Os alunos – e o carinho que demonstram por ela – são a única razão que a mantém na ativa até agora. Mas o salário, de aproximadamente R$ 2,8 mil por 40 horas de trabalho semanais, a obriga a reavaliar a profissão neste momento. “Eu não tenho reconhecimento de ninguém. Continuo pelo meu aluno, não por mim”, admite. Meses atrás, Rita adoeceu. O terapeuta recomendava abandonar a profissão. “Eu chorava, porque não conseguia me imaginar longe da escola. Mas, aí, me vejo sendo tão maltratada como profissional, penso em largar”, admite. A professora, que fez bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais e mestrado em sociologia na Universidade de São Paulo, diz que sempre teve dois empregos para conseguir se manter. “Mas quando vi meu primeiro holerite me assustei. Eu ganhava mais dando aula particular”, conta.

A história de Rita, infelizmente, não é isolada. No Dia do Professor, comemorado nesta segunda-feira, muitos profissionais em todo o País lamentam – em vez de celebrar – a escolha de carreira que fizeram . O iG ouviu alguns professores de formação que, mesmo apaixonados pelo trabalho que desenvolviam, desistiram de tentar sobreviver com o salário da função, baixo diante de outras profissões, e mudaram de atividade.

Salários desproporcionais
Manoel, Rosângela e Joelma sentem saudades da sala de aula e dizem que, se as condições de trabalho fossem melhores e a remuneração mais alta, teriam continuado na profissão. É fácil compreender as razões deles. Para ser um professor, por lei, é preciso ser formado em Pedagogia ou em alguma licenciatura, cujo curso dura pelo menos três anos. Há muitos outros cargos que, com a mesma titulação, oferecem salários mais atraentes.

Manoel é servidor público no Senado Federal. Lá, um analista (cargo que exige apenas a graduação) inicia a carreira ganhando R$ 18 mil. Mais de 10 vezes o piso salarial do professor , que hoje é de R$ 1,4 mil e não é pago por muitos redes estaduais e municipais. No Judiciário, onde trabalham Rosângela e Joelma, um técnico (nível médio) e um analista (graduado) ganham, em média, 3,5 mil e R$ 6 mil, respectivamente, no início da carreira.

As diferenças salariais estão também em carreiras mais próximas à realidade do professor. O salário básico de um biólogo ou de um químico, por exemplo, é de seis salários mínimos, um total de R$ 3,7 mil. Há muitos professores dessas áreas que cursaram não só a licenciatura, que habilita a dar aulas, mas também o bacharelado e poderiam atuar como biólogos e químicos.

Para tentar mudar esse cenário, o Plano Nacional de Educação (PNE), que define as metas educacionais para o País nesta década, previu a valorização dos profissionais da área, equiparando os salários . A redação da meta 17, que trata desse tema, diz que o “rendimento médio” dos docentes será equiparado aos “dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano da vigência deste PNE (2016)”. Mas o projeto não define quais profissões seriam comparadas à do professor. E ainda não foi implementado.

Em busca de ascensão social
Ensinar foi a primeira atividade que chamou a atenção, e despertou o interesse, de Manoel Morais, 36 anos. O cearense, aos 10 anos, dava aulas de reforço para os colegas em dificuldade. Estudioso, achava fácil explicar o que sabia aos colegas. Estudante de química industrial na escola técnica de Fortaleza, Manoel não pensava em se tornar um professor até ser convidado, aos 17 anos, a dar aulas em cursinhos pré-vestibulares.

A vocação lhe parecia natural, mas Manoel queria fugir da profissão tão criticada pelos seus professores da rede pública, onde estudou a vida toda. Apesar das aulas no cursinho, fez vestibular para Engenharia Química. No meio do caminho, decidiu fazer licenciatura em Química e se tornar mesmo professor. “Comecei a estudar neurociências para entender como o cérebro aprende e poder ajudar meus alunos melhor”, conta.

Em 2004, no entanto, as ilusões de Manoel com a carreira acabaram. Ele começou a fazer concursos públicos para mudar de área de atuação. Em 2005, chegou a Brasília, após ter sido aprovado no concurso do Ministério Público da União. “Mudei em busca de ascensão social mesmo. O cargo de juiz exige apenas o bacharelado em Direito. Para dar aula em uma faculdade é preciso, no mínimo, um mestrado. E quem ganha mais? Não quis seguir na carreira que eu amo por conta da condição financeira mesmo”, admite.

Hoje, Manoel está prestes a concluir o curso de Direito e pensa em novos concursos. “Por causa da questão financeira, há uma fuga de cérebros do magistério. Teria ficado na escola se tivesse a oportunidade de ganhar a mesma coisa”, desabafa. Para diminuir as saudades da sala de aula, hoje Manoel ensina outras pessoas a estudar. Dá treinamentos aos sábados sobre técnicas de estudo e oratória.

Longe do sacerdócio
Como muitas mulheres de sua idade, Joelma de Sousa, 46 anos, fez o curso normal durante o antigo 2º grau. Antes mesmo de terminar o preparatório para o magistério, Joelma passou em um concurso da Fundação Educacional de Brasília. “Era o caminho mais rápido para o trabalho. Passei cinco anos dando aulas de alfabetização para crianças e adultos. Adorava meu trabalho. Eu via o começo e o fim dele. Um dos mais gratificantes”, analisa.

Como precisava ajudar a família a se manter, Joelma desistiu do curso de pedagogia. Estudou para um concurso e se tornou técnica judiciária. “A questão salarial foi a única razão para ter mudado de profissão. Fiquei muito triste quando sai”, relembra. Ela diz que, na época, o salário de técnica já era três ou quatro vezes maior que o de professora. Já trabalhando no tribunal, Joelma fez Letras-Tradução em Francês, depois cursou Direito.

“Se minha filha quiser ser professora, vou achar sensacional. A minha família não tinha condições de me apoiar nessa decisão à época, mas espero que eu possa. Ser professor não é um sacerdócio, todos precisam de dinheiro para viver. Se quisermos bons profissionais, teremos de pagar bem”, pondera.

Sonho interrompido
Rosângela Pinto Ramos, 51 anos, escolheu ser uma professora ainda criança. Filha de professora, ela admirava a mãe. Percebeu que tinha escolhido a carreira certa logo que terminou o curso de magistério.
Começou a dar aulas e se apaixonou pelo ambiente escolar, o trabalho com os alunos. Fez o curso de pedagogia e sonhava em abrir seu próprio colégio.
Mas as diferenças salariais – e a oportunidade de atuar na própria área ganhando mais – a fizeram desistir. Rosângela começou a trabalhar no Judiciário quando os pedagogos ainda eram requisitados para atuar nas Varas de Infância e para trabalhar com jovens infratores.

“Mesmo assim eu continuei dando aulas, por prazer mesmo. Até que a correria me fez desistir das aulas”, conta. A servidora, que já não atua mais com sua área no tribunal em que trabalha, conta que sente saudades da sala de aula até hoje.

Fonte: IG

O Timor Leste é um dos países mais novos do mundo. Tornou-se independente há apenas uma década e, por plebiscito, escolheu o português como uma das duas línguas oficiais. Um desafio para a nova nação, já que apenas a população mais idosa e próxima à capital, Díli, fala o idioma. Há 16 línguas locais, num país menor do que o estado de Sergipe.
O Brasil ajuda os timorenses nesse processo de construção da identidade nacional por meio de programa de cooperação internacional que inclui a qualificação de professores e o ensino da língua portuguesa. Todos os anos, um grupo de 50 profissionais, com experiência em formação docente, embarcam para o pequeno país, a 20 mil quilômetros do Brasil, numa ilha no Sudeste Asiático.
Financiado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste (PQLP) está com inscrições abertas até 24 de outubro para professores brasileiros interessados em passar de seis meses a um ano naquele país. Serão selecionados 50 bolsistas. A inscrição deve ser feita na página da Capes na internet.
O resultado será divulgado em novembro, mesmo mês em que terão início as atividades. Os candidatos selecionados receberão mensalidade de 1,3 mil euros [R$ 3,4 mil] para a modalidade estágio docente e de 2,1 mil euros [R$ 5,5 mil] para a de articulador pedagógico. Terão ainda seguro-saúde, auxílio-instalação e passagem aérea.
“O Brasil tem contribuído com a formação docente no Timor Leste desde 2005”, explica a professora Suzani Cassiani, da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das coordenadoras do PQLP. De acordo com Suzani, a experiência é incrível para os professores brasileiros, que podem atuar em outro espaço educacional e conhecer nova cultura. “É uma experiência que muda a vida de quem vai”, afirma. “Muitas vezes, resulta em teses acadêmicas.”
Formação — Segundo dados do Ministério de Educação do Timor Leste, 85% dos professores timorenses não têm formação acadêmica. No entanto, diante da falta de recursos humanos, basta saber falar português para lecionar a uma geração de crianças que não falam o idioma. Não há livros didáticos em português nas escolas. Como o próprio país, a educação, eleita como prioridade pelo governo, também está em construção.
“Os professores escrevem na lousa um texto em português e dão explicações às crianças em tétum, a outra língua oficial, derivada do português”, conta Suzani. “Estamos tentando romper esse formato tradicional e propor um ensino por meio de projetos pedagógicos, com temas do cotidiano das comunidades.”
Dominação — Para entender a realidade do Timor Leste é preciso conhecer a história do país. Embora tenha ficado por quatro séculos sob a influência colonial portuguesa, isso não resultou, ao contrário do que ocorreu no Brasil, em unidade linguística nacional. Os dialetos das aldeias ficaram preservados. Em 1975, Portugal retirou-se do país, que passou ao domínio da Indonésia até 1999. Durante a ocupação, foi proibido o uso do português nas escolas. As crianças passaram a aprender sobre a história e a cultura do país dominador.  O português e o tétum foram as línguas de resistência nesse período. Por isso, acabaram escolhidos, em 2002, como oficiais. O inglês foi rejeitado por estar associado à Austrália, que apoiou a dominação da Indonésia.
O Timor Leste é um dos países mais novos do mundo. Tornou-se independente há apenas uma década e, por plebiscito, escolheu o português como uma das duas línguas oficiais. Um desafio para a nova nação, já que apenas a população mais idosa e próxima à capital, Díli, fala o idioma. Há 16 línguas locais, num país menor do que o estado de Sergipe.

O Brasil ajuda os timorenses nesse processo de construção da identidade nacional por meio de programa de cooperação internacional que inclui a qualificação de professores e o ensino da língua portuguesa. Todos os anos, um grupo de 50 profissionais, com experiência em formação docente, embarcam para o pequeno país, a 20 mil quilômetros do Brasil, numa ilha no Sudeste Asiático.

Financiado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste (PQLP) está com inscrições abertas até 24 de outubro para professores brasileiros interessados em passar de seis meses a um ano naquele país. Serão selecionados 50 bolsistas. A inscrição deve ser feita na página da Capes na internet.

O resultado será divulgado em novembro, mesmo mês em que terão início as atividades. Os candidatos selecionados receberão mensalidade de 1,3 mil euros [R$ 3,4 mil] para a modalidade estágio docente e de 2,1 mil euros [R$ 5,5 mil] para a de articulador pedagógico. Terão ainda seguro-saúde, auxílio-instalação e passagem aérea.

“O Brasil tem contribuído com a formação docente no Timor Leste desde 2005”, explica a professora Suzani Cassiani, da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das coordenadoras do PQLP. De acordo com Suzani, a experiência é incrível para os professores brasileiros, que podem atuar em outro espaço educacional e conhecer nova cultura. “É uma experiência que muda a vida de quem vai”, afirma. “Muitas vezes, resulta em teses acadêmicas.”

Formação
Segundo dados do Ministério de Educação do Timor Leste, 85% dos professores timorenses não têm formação acadêmica. No entanto, diante da falta de recursos humanos, basta saber falar português para lecionar a uma geração de crianças que não falam o idioma. Não há livros didáticos em português nas escolas. Como o próprio país, a educação, eleita como prioridade pelo governo, também está em construção.

“Os professores escrevem na lousa um texto em português e dão explicações às crianças em tétum, a outra língua oficial, derivada do português”, conta Suzani. “Estamos tentando romper esse formato tradicional e propor um ensino por meio de projetos pedagógicos, com temas do cotidiano das comunidades.”

Dominação
Para entender a realidade do Timor Leste é preciso conhecer a história do país. Embora tenha ficado por quatro séculos sob a influência colonial portuguesa, isso não resultou, ao contrário do que ocorreu no Brasil, em unidade linguística nacional. Os dialetos das aldeias ficaram preservados. Em 1975, Portugal retirou-se do país, que passou ao domínio da Indonésia até 1999. Durante a ocupação, foi proibido o uso do português nas escolas. As crianças passaram a aprender sobre a história e a cultura do país dominador.  O português e o tétum foram as línguas de resistência nesse período. Por isso, acabaram escolhidos, em 2002, como oficiais. O inglês foi rejeitado por estar associado à Austrália, que apoiou a dominação da Indonésia. 

Fonte: MEC

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