Ao contrário do que se imagina trabalhar dentro do lar, pode não ser tão doce quanto parece, na verdade, para muita gente está sendo um grande desafio. Sim, há o cachorro que late, o filho que te solicita, a torneira que vaza, o interfone que toca, o chefe que liga na mesma hora cobrando um trabalho e o aluno que quer tirar “aquela” dúvida. Esse é o cenário mais realista imposto pelo teletrabalho ou trabalho remoto. O fenômeno em alta no mundo se impôs como a realidade provocada pela Covid-19.
A crise afetou o mundo das relações sociais e no mundo do trabalho foi afetado drasticamente, impactando a vida de todos os trabalhadores e principalmente a vida de professores e professoras.
Os profissionais da Educação relatam que na preparação das aulas e durante as aulas costumam ter que lidar com angústias de pais e dos alunos. São questionamentos e aflições que vão além da própria disciplina que já sobrecarregam os professores e professoras.
Mesmo as análises sobre o fenômeno do teletrabalho ou o trabalho remoto amplamente difundido não conseguem aplacar as angústias vividas no cotidiano. Há ainda as dificuldades de focar na tarefa, ocasionada pelas mais variadas interrupções, que apontamos no início do texto.
Professores relatam também uma sensação de nunca sair do trabalho podendo desencadear a Síndrome de Burnout que envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos e em mais estresse.
Os profissionais descrevem ainda a sensação de estarem desconectados, mesmo que ferramentas para videoconferências estejam disponíveis, há uma “desconexão” diferente do “trabalho em grupo”. Com isso a sensação de solidão aumenta o que pode levar a questões relacionadas à saúde mental, aponta o professor Marino Bedin, psicólogo formado pela UMESP- Universidade Metodista de São Paulo e professor do curso Objetivo ABC há mais de 30 anos.
Bedin ressalta que há relatos de vários professores sobre o excesso de trabalho e que além do conteúdo, estão tendo que repensar, práticas, recursos, ferramentas. Ele aconselha que o trabalho não deve ultrapassar horas de atividade em casa, “além daquelas que normalmente já desempenhávamos”. Se pensarmos primeiro em nós mesmos nesse momento, podemos cuidar dos nossos, pondera.
Pensando nesse dia-a-dia o SinproABC elaborou a reportagem e um guia para o dia-a-dia que pode ajudar o professor nesse período de quarentena.
Crie um local de trabalho
Estabeleça um cômodo da casa como o seu escritório e coloque lá tudo o que você precisa para trabalhar com conforto.
Experimente trocar de roupa depois de acordar
Não precisa colocar roupa social, mas só tirar o pijama já ajuda a virar a chavinha. Terminou o expediente? Troque de roupa outra vez.
Estabeleça uma jornada de trabalho razoável
Estabeleça uma carga horária de trabalho e cumpra-a à risca.
Evite distrações
Estabeleça limites para as pessoas próximas e tente não resolver problemas pessoais em horário de trabalho. Deixe claro para todos que você não está de férias ou pode fazer favores no horário de expediente.
Comunique-se
Estabeleça interações com quem quer que seja que você trabalhe. Seu chefe, colegas, clientes ou fornecedores.
Tenha uma lista de tarefas
Tenha uma lista equilibrada de tarefas a ser realizadas durante o dia e obrigue-se a cumpri-la.
Faça pausas
Essas pausas são fundamentais para espairecer as ideias e seguir para a próxima tarefa. Para não exagerar, você pode cronometrar.
Mantenha seu local de trabalho organizado
Lembre-se que o principal beneficiado por um ambiente de trabalho limpo e bem organizado é você, mais ninguém.
Saia do trabalho no fim do dia
Sua jornada de trabalho chegou ao fim? Ótimo. Levante-se e vá embora do escritório, mesmo que ele fique na sua casa.