A saudade e a dor têm morada permanente nos espaços vazios antes ocupados pela pessoa amada. Fotografar a ausência deixada por doze brasileiros assassinados durante a ditadura militar no País, é que inspira essas fotos. Suas vidas foram roubadas, seus corpos desaparecem, mas suas lembranças permanecem vivas na história, na memória e nos álbuns de fotografias dos familiares.

O projeto do fotógrafo Gustavo Germano, que realizou o mesmo trabalho em 2006 com vítimas da ditadura argentina, foi produzido em parceria com a Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação – ALICE, e a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República. A abordagem é inusitada, pois os personagens principais não aparecem nas fotos atuais. As imagens remontam antigas cenas onde os ausentes posavam para a câmera ao lado de seus parentes e amigos.

A mostra fotográfica foi produzida a partir de álbuns dos familiares de brasileiros vítimas da ditadura militar, ocorrida entre 1964 e 1985. É composta por imagens de Bergson Gurjão Farias, Luiz Almeida Araújo, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, Iuri Xavier Pereira, Alex de Paula Xavier Pereira, Arnaldo Cardoso Rocha, Jana Moroni Barroso, Ana Rosa Kucinski Silva, Devanir José de Carvalho, Virgílio Gomes da Silva, Luiz Eurico Tejera Lisboa e João Carlos Haas Sobrinho.

Neste ano de 2014, 50 anos após o golpe militar de 64, o SINPRO procurou, por meio desta Agenda, homenagear as famílias dos mortos e desaparecidos e a memoria da resistência contra ditadura, pois acreditamos que, preservar essas histórias, esses nomes e esses rostos é uma forma de continuar resistindo cotidianamente.

É o grito pela memória, pela verdade e pela justiça na América do Sul.


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