Reivindicações de professores e técnicos de ensino marcam o início da Campanha Salarial 2016

Como ponto de início da Campanha Salarial 2016, o “II Seminário dos Professores e Técnicos de Ensino do Sesi/Senai” reuniu delegados, representantes sindicais e professores, no último dia 3 de setembro. O objetivo do evento foi o de estimular a mobilização e já pensar em uma pré-pauta de reivindicações e possíveis ações. O próximo ano, promete ser difícil para as negociações salariais, tendo em vista a conjuntura econômica e política do país.

Para que a atividade ocorresse de forma abrangente e democrática, duas atitudes foram tomadas. A primeira delas foi elaborar e distribuir um questionário a todos os professores e técnicos de ensino do Estado de São Paulo. As perguntas tentaram colher dados importantes sobre as condições de trabalho e mobilização, preservando a identidade dos participantes. A segunda atitude foi dividir o evento em polos, para ter o maior número de participantes.

Questões relacionadas ao ambiente de trabalho, a problemas enfrentados no cotidiano e a ações que o sindicato possa organizar, como cursos, palestras, reuniões e manifestações, foram abordadas. Professores e técnicos de ensino relataram falta de estrutura, como ausência de salas disponíveis em determinados períodos do dia, falhas tecnológicas, ocasionando dificuldades no uso do Diário Eletrônico, cobraram o retorno dos profissionais especializados em Educação Física e Artes para os 1º e 5º anos do Ensino Fundamental, entre outras.

O evento ocorreu em seis locais: Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Paulo e Sorocaba.

Economia

O quadro de recessão e inflação alta foi uma das temáticas centrais do Seminário em todos os polos. É consenso que professores, técnicos de ensino e sindicatos devem pensar em um plano de ação para os próximos anos. A categoria teve mais de 10 anos de reposição da inflação com uma porcentagem de aumento real. O desafio para 2016 é conseguir se mobilizar para, apesar do cenário de recessão, conseguir manter os direitos e avançar nas demandas como a extensão do plano de saúde para maridos.

Mudanças na EJA e Professores e especialistas de artes e Educação Física

Apreensões envolvendo os dois temas foram recorrentes nos questionários de praticamente todo o Estado. A Fepesp e os sindicatos são solidários e acompanham e acompanharão de perto os dois pontos.

Convênio médico para cônjuge

Uma das principais pautas da próxima Campanha é a inclusão de companheiros de professores, independente de gênero e sexo, no plano de saúde. Ao impor que somente as “esposas” possam ter acesso ao convênio, princípios e institutos legais são feridos, como o Princípio da Isonomia entre sexos. Esta decisão também fere, por exemplo, o artigo 3º, inciso V, da Constituição Federal (1988) em que se encontra declarada a necessidade de se “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Diário Eletrônico

Uma das conquistas da Campanha Salarial 2015 foi a possibilidade de o professor poder escolher entre usar o diário eletrônico ou o manual. Com isso, ganhou-se um intervalo de tempo para cobrar a implantação do diário eletrônico, com estrutura de computadores e internet. A implantação ocorrerá no ano que vem. No entanto, as reclamações envolvendo não só o diário eletrônico como também a hora tecnólógica foram frequentes. Por isso, o tema continuará na pauta da próxima Campanha.

Assédio moral

O medo de denúnciar os abusos coletivos cometidos no Sesi e Senai foi outro tema recorrente nos questionários. A questão da denúncia e de possível represálias também foram tratados nos polos. O assunto já está na pauta da Campanha Salarial e deve ser tratado com seriedade e conscientização. De todo modo, é bom lembrar que quem denuncia assédio moral está protegido pelo Acordo Coletivo. Além disso, a denúncia é o único caminho para apurar e evitar casos futuros.

Fonte: FEPESP


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