Por uma Educação integral de qualidade socialmente referenciada!

Nós, professores e professoras do Sesi-SP, vivemos um cotidiano muito diferente da imagem de escola de tempo integral que tem sido apregoada pelos patrões e divulgada na imprensa. O espaço físico, com construções que mais lembram um shopping center, oferece riscos; as salas de aula não são compatíveis com o número de alunos e os espaços destinados ao repouso e atividades diversas são inadequados aos fins a que se destinam. O teor da frase escrita na entrada das unidades -= “Fábrica de bons...” - nada tem a ver com o verdadeiro significado de Educação.

 A intensificação do trabalho, a pressão constante, o assédio moral, o desrespeito – inclusive de parte de alunos tratados como clientes – causam sofrimento físico e mental e adoecimento. Mudanças impostas a partir de 2015 aumentaram a carga de trabalho, sem condições adequadas para a sua realização.

À guisa de exemplo, professoras do 1º ao 5o ano foram obrigados a assumir as chamadas “vivências esportivas, artísticas, tecnológicas (Lego e Lie) e lúdicas”, assumindo também atividades de recreação, orientação de estudo e aulas de educação física. Elas permanecem mais tempo na sala de aula, tiveram um impressionante aumento na carga de trabalho, com menos tempo para planejá-lo e prepará-lo.

Parte das atividades transferidas às professoras era realizada, até o ano passado, por professores especialistas de Educação Física, que foram então demitidos ou tiveram a carga horária e o salário reduzidos. Um verdadeiro retrocesso pedagógico.

As crianças e jovens portadores de deficiências não têm acompanhamento especializado, como assegura a legislação educacional.

As classes têm, em sua maioria, número excessivo de alunos, em detrimento da qualidade de ensino e aprendizagem.

Tratada como “conquista” pelo Sesi, a adoção do diário de classe digital sem que houvessem condições mínimas para a sua implantação tem causado transtorno aos professores. Nas unidades do Sesi, o acesso à internet é lento ou nem existe, o que obriga os professores a lançarem os dados em suas casas, fora do horário de trabalho.

O “Plano de Remuneração e Evolução Salarial” (PREP), instituído em 2013, só existe para “cumprir tabela”. Com critérios subjetivos de avaliação, é um projeto que desvaloriza o trabalho e desestimula o professor. Queremos um plano de carreira verdadeiro, que valorize o tempo de serviço prestado no Sesi e reconheça a titulação do professor.

Também temos lutado por reivindicações justas sistematicamente recusadas pelo Sesi: equidade de gêneros em relação ao plano de saúde e licença maternidade de 6 meses.

Por fim, precisamos de aumento real de salário que nos possibilite trabalhar e viver com dignidade.

Se o Sesi-SP busca Educação de qualidade, que seja uma Educação socialmente referenciada, que atenda às demandas dos alunos, dos pais e dos professores e professoras. Que o Sesi-SP valorize o trabalho docente e garanta condições para que possamos desenvolver nosso ofício. Que o espaço e o tempo escolares sejam tratados como ampliação de oportunidades e de aprendizagem significativa, assegurando às crianças e aos jovens o pleno desenvolvimento de suas potencialidades.

A excelência deve ser uma Educação Integral e não somente uma escola de tempo integral.

 

Pela valorização dos professores e professoras!

Pelo fim da intensificação do trabalho docente!

Por melhores condições de trabalho e de vida!

Por uma educação Integral de qualidade socialmente referenciada!


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