“Não estou acostumada falar aqui [no plenário], mas quando avançarmos na reforma política iremos acostumar com este espaço”, disse emocionada a vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro, na sessão solene no Senado, em homenagem a Marcha das Margaridas 2015, nesta quarta-feira (12).

Proposta pelo deputado Odorico Monteiro (PT-CE), a sessão foi presidida pela senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, para quem a luta das mulheres rurais é também uma luta de todas as mulheres brasileiras por uma sociedade mais justa e mais igual”.

A senadora lembrou a origem do movimento, surgido após o assassinato da líder sindical Margarida Maria Alves, que completa 32 anos nesta quarta (12). “A partir de um momento de muita dor, que foi a morte de Margarida, tiveram a coragem, a ousadia e a força de se levantar e promover grandes movimentos contra a violência, a favor da democracia, a favor da igualdade”, destaca a senadora.

Com o eleitorado feminino de 52%, só 9% de mulheres são representadas no Congresso. Pela desigualdade, a 5º Marcha das Margaridas, que luta por desenvolvimento sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade, também luta por mais espaços para as mulheres na política.

O movimento, considerado a maior mobilização da América Latina, contou com mais de 70 mil mulheres nas ruas da capital Federal dias nos 11 e 12 de Agosto em Brasília.

Carmen, que também é primeira vice-presidenta da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG) e coordenadora da Marcha, citou, em plenário, outros motivos políticos que levaram a Marcha à Brasília:

“As Margaridas rejeitam projetos que tramitam pelas duas casas e que criminalizam o aborto e pecariza as relações do trabalho. Repudiam a transferência para petrolíferas internacionais os 30% das jazidas do pré-sal reservados para a Petrobrás e as manobras do Presidente da Câmara para aprovar o financiamento empresarial de campanha”, destaca Carmen.

“Somos contra o ajuste fiscal que prejudicam os trabalhadores, projetos que interferem na formação da família, renegando outras formas que não sejam de homem, mulher e filhos”, afirma ela.

“Hoje é o dia de maior importância da história, pois não queremos um país que retroceda e sim que avance nos direitos dos trabalhadores e na democracia. Não admitiremos retrocessos. Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, finaliza a dirigente da CUT.

Também estiveram presentes deputadas, senadoras e senadores e representantes da sociedade civil.

Fonte: CUT


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