Os baixos salários, a falta de reconhecimento social da profissão, as péssimas condições de trabalho e o cansaço são os fatores que mais contribuem para o desinteresse dos jovens pelo magistério, segundo especialistas. Os mesmos aspectos desestimulam os professores de longa data a permanecerem nas salas. Como reportagem do GLOBO mostrou ontem, ao longo dos próximos seis anos, cerca de 40% dos professores do ensino médio terão condições de se aposentar, de acordo com um relatório do Ministério da Educação (MEC). O quadro fica preocupante quando constata-se que o número de formandos em cursos de licenciatura de disciplinas da educação básica vem caindo — 16% entre 2010 e 2012.

Este já é um problema sistêmico. A rede estadual de São Paulo perde, por semana, oito professores. A prefeitura perde três. O jovem que entra no magistério tem um duro choque de realidade. Isso gera um desestímulo que, quando não o faz desistir, vai se arrastando até a aposentadoria — diz Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que defende uma melhor remuneração inicial e plano de carreira.

O Ministério da Educação (MEC) ressalta que coordena estratégias voltadas à formação de professores, como o Parfor, que oferece cursos emergenciais presenciais de licenciatura; a Universidade Aberta do Brasil (UAB), com cursos de licenciatura e de formação inicial e continuada; e o Pibid, que visa a melhorar a educação básica fazendo uma ponte entre estudantes universitários e as salas de aula, mas cujos participantes chegaram a relatar atrasos no pagamento das bolsas este ano.

Fonte: O Globo


Mais Lidas