Fonte: Fepesp

A conjuntura econômica atual foi o tema escolhido para a terceira edição do “Diálogos Fepesp”, que aconteceu na última quinta-feira (24/9), no auditório do Sinpro São Paulo. O Brasil atravessa uma crise política e econômica que tem reflexo direto nas Campanhas Salariais que serão negociadas pela Fepesp (e os 26 sindicatos integrantes) em 2016: educação básica, Sesi e Senai e ensino superior.

Mediado por Celso Napolitano, presidente da Federação, à mesa estavam Paulo Sandroni, da FGV-SP e PUC-SP, e Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo. Com visões distintas sobre a crise e a situação atual do país, os dois debateram por quase três horas e trouxeram suas visões históricas para trabalhar a conjuntura econômica.

O aumento dos juros, o endividamento externo acima do PIB e a perda de dinamismo por parte da indústria são alguns dos reflexos do cenário de estagnação em que vive o país. Os dois economistas deram as suas opiniões a respeito das perspectivas para as próximas campanhas. “A situação se mostra difícil e irá requerer muita conversa para se chegar a algo razoável. Deve-se ter cuidado para que uma só categoria não leve todo o peso da crise econômica”, disse Paulo Sandroni.

Para Pochmman, em um cenário turbulento, a campanha não pode ser vista meramente sob a ótica salarial. “É preciso repensar as novas formas que ganham força, trazer temas para a campanha além da ideia salarial. Sindicato só negociar salário é coisa antiga. Tem que negociar as condições de trabalho. Em uma hora como a nossa, de quadro econômico não favorável, é importante trabalhar a conscientização. Isso tem um valor inegável. É mais hora de resistir do que imaginar avançar.”

A melhor saída seria a de priorizar os ganhos circunstanciais, imediatos, que não são diretamente ligados ao salário, e, principalmente, unificar a classe na busca de seus direitos.


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