Nesta terça-feira (15), representantes dos trabalhadores e empresários entregaram à presidenta Dilma Rousseff o documento Compromisso pelo Desenvolvimento, construído por mais de 70 entidades, com propostas para aquecer a economia, melhorar a produção e gerar mais emprego e renda.
“Viemos dizer a Dilma que a agenda do Brasil não são as crises econômica e política, nem a Operação Lava Jato. A agenda do Brasil é a do desenvolvimento com geração de emprego, distribuição de renda e combate às desigualdades”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, que considerou esta, uma das melhores reuniões que teve com a presidenta.
A presidenta concordou que é preciso retomar o desenvolvimento, que é preciso encontrar rapidamente ’uma nova equação para a economia brasileira’, disse Vagner. E imediatamente marcou uma nova reunião para a próxima sexta-feira e já neste dia deve anunciar decisões sobre os itens do documento.
“A gente propôs uma nova agenda para o pais e essa nova agenda foi assumida pela presidenta. Chega de discutir impeachment. Temos de discutir desenvolvimento, como crescer, como melhorar a renda. É isso que o povo quer. O povo não quer ver um deputado acusando o outro na Câmara dos Deputados, quer ver o Brasil crescer, quer emprego e renda”.
Dilma considerou as 7 propostas para o Brasil voltar a crescer construídas por trabalhadores e empresários concretas e viáveis e disse que podem ser implementadas neste momento, segundo o secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre. “Esta nova equação da qual ela falou são mudanças na política econômica e nós fizemos sugestões para o Brasil voltar a crescer, preocupação que só tem quem se preocupa com o País e não com questões mesquinhas e projetos pessoais, como alguns empresários de São Paulo”, pontuou.
As sete propostas que o governo vai analisar e dizer qual a decisão na próxima sexta são:
1 - Retomar rapidamente o investimento público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana, ampliando os instrumentos para financiá-la, bem como criando ambiente regulatório que garanta segurança jurídica;
2 - Retomar e ampliar os investimentos no setor de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial na Petrobras;
3 - Destravar o setor de construção, utilizando instrumentos institucionais adequados que garantam a penalização dos responsáveis e a segurança jurídica das empresas, com a manutenção da atividade produtiva e dos empregos;
4 - Criar condições para o aumento da produção e das exportações da indústria de transformação;
5 - Priorizar a adoção de políticas de incentivo e sustentabilidade do setor produtivo (agricultura, indústria, comércio e serviços), de adensamento das cadeias produtivas e de reindustrialização do país, com investimentos e contrapartidas sociais e ambientais;
6 - Ampliar, em condições emergenciais, o financiamento de capital de giro para as empresas;
7 - Adotar políticas de fortalecimento do mercado interno para incremento dos níveis de consumo, de emprego, renda e direitos sociais.
Segundo Vagner, essas propostas foram feitas por quem tem interesse em uma nova agenda para o país. Aqueles que querem indicar caminhos para o Brasil retomar o desenvolvimento. “Essa é a agenda que une o país e que propusemos”.
“Nossa agenda é a agenda de quem representa o setor dinâmico da econômica, máquinas, equipamentos, eletroeletrônicos e montadoras. É a agenda de quem produz de fato e não a do Paulo Scaff, presidente da Fiesp, que é uma agenda mesquinha, de quem não pensa no país, pensa apenas em si mesmo”, conclui Sérgio Nobre.
Participaram da audiência com a presidenta Dilma, além de Vagner e Sergio, Valeir Ertle, secretário de Assuntos Jurídicos da CUT e representantes da Anfavea, Abrinq e Abit, entre outras entidades empresariais.