Hoje (16) é o Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos. E o SINPRO ABC  reforça a convocação das centrais sindicais para que estejam todos nas ruas na luta contra os golpes: aquele contra a democracia e aquele contra os trabalhadores e trabalhadoras.

O dia será marcado por paralisações parciais em locais de trabalho, além de atos diante de sedes de federações empresariais. Em São Paulo, maior cidade do país, a concentração será na Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista, a partir das 10h. “Os empresários financiaram o golpe e agora estão cobrando a conta. Acham que nós é que vamos pagar. Estão enganados. Esse pato não é nosso”, afirma o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

“O golpe travestido de impeachment que resultou no afastamento de Dilma e na entronização do usurpador Michel Temer no Palácio do Planalto tem um caráter de classe que transparece claramente nas intenções e nos gestos do governo ilegítimo”, acrescenta o presidente da CTB, Adilson Araújo. “É um golpe do capital contra o trabalho, cujo principal alvo é a classe trabalhadora brasileira, a democracia e a soberania nacional.”

As centrais também se organizam contra o Projeto de Lei (PLC) 30, já aprovado na Câmara e atualmente tramitando no Senado, que amplia a terceirização. As entidades se opõem à flexibilização de direitos e às propostas do governo interino para a reforma da Previdência. “Vamos resistir, vamos lutar para impedir o aumento da exploração e a retirada de direitos. A mobilização do dia 16 é um dos passos dessa resistência rumo a uma greve geral”, afirma Vagner Freitas. Segundo ele, a questão do negociado sobre o legislado pode ser aceita “desde que seja negociado mais do que está na CLT”. “Aceitamos desde que seja uma proposta melhor para o trabalhador, nada mais do que isso”, complementa.

Adilson, da CTB, ressalta ainda os prejuízos aos trabalhadores com a retomada do programa de privatizações. E critica “a vergonhosa entrega do pré-sal ao capital estrangeiro”, com as mudanças em discussão no Congresso. “O povo brasileiro, que em sua ampla maioria integra a classe trabalhadora, é quem mais tem a perder com a transferência dos lucros do petróleo da saúde e educação, como previsto no Fundo Social, para os cofres abarrotados das multinacionais e o caixa 2 de políticos ligados ao capital estrangeiro, José Serra, entre outros. A mudança da política externa sob o chanceler golpista parece que vem sendo ditada por Washington.”

Na última sexta-feira (12), os presidentes das seis centrais reconhecidas formalmente (CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT) divulgaram nota na qual reiteram “sua posição de não aceitarem qualquer proposta ou negociação com que visem retirar direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora ou precarizar ainda mais as relações de trabalho”.


Mais Lidas