Os sindicatos e as centrais sindicais estão muito preocupados com o que vem por aí para a classe trabalhadora. Direitos consagrados e conquistados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estão seriamente ameaçados e muitos trabalhadores ainda não se deram conta. Os cortes propostos vão atingir todas as categorias, inclusive a sua, já que as negociações individuais deverão se sobrepor à CLT.
Logo após ter assumido o governo, sem ter sido eleito, num pronunciamento oficial a Nação, Temer diz que vai priorizar a retirada de direitos.
O presidente da CUT disse que os trabalhadores vão resistir e lutar contra qualquer mudança na legislação trabalhista.
Confira a matéria:
Confirmado o golpe contra a presidenta eleita Dilma, Temer fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para afirmar que suas prioridades são as reformas trabalhista e previdenciária.
Preparem-se, trabalhadores e trabalhadoras. Ele e o Congresso Nacional estão decididos a retirar seus direitos, como já alertávamos desde o início deste ano.
A CUT e seus sindicatos filiados defendem desde a sua criação a ampliação de direitos, jamais a retirada. E tudo faremos para impedir que essas propostas sejam aprovadas.
No mesmo pronunciamento, Temer diz que comanda um “governo parlamentar”, anunciando assim que agirá conforme o perfil da maioria dos deputados e senadores.
E esse perfil é um desastre para os trabalhadores e trabalhadoras A maioria, , como ficou provado nos tristes espetáculos que foram as votações do impeachment, é financiada por empresários e especuladores. Na Câmara, são 246 empresários ou deputados eleitos por empresários. No Senado, 28 são empresários e 33 executivos ou profissionais liberais. Esses dados foram levantados pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Com esse compromisso que têm com seus financiadores de campanha, é evidente que esses parlamentares, ao discutir reformas trabalhista e previdenciária, vão votar pela retirada de direitos, redução do valor das aposentadorias de até 40% e aumento no tempo de contribuição para até 70 anos.
Os efeitos desse desprezo pelo povo, tanto de Temer quanto da maioria do Congresso, já estão aí. Dilma foi impedida de governar. Seus projetos eram barrados pela turma do Eduardo Cunha e adjacências. Entre maio e junho, depois que a Dilma foi afastada provisoriamente, o desemprego cresceu 3,8%. Os jovens até 24 anos são os mais prejudicados, representam 42% dos desempregados.
Enquanto isso, a taxa Selic continua nas alturas: 14,25% e, em sete meses, o lucro de quem especula com títulos da dívida pública e com câmbio chegou a 52%.
A indústria brasileira tem hoje 23% de sua capacidade ociosa, o que representa máquinas paradas e mais demissões. Afinal, quem investiria em produção se em apenas sete meses é possível ter um retorno de 52% na especulação? Tudo isso na curta era Temer.
Isso sem falar em projetos como a PEC 241, que pretende congelar por 20 anos os investimentos em políticas públicas e sociais, o que deixará milhões de brasileiros à mercê da miséria e do desamparo. Se essa regra estivesse valendo, em dez anos o Brasil deixaria de ter investido R$ 500 bilhões.
Só a pressão popular e a mobilização dos trabalhadores e das trabalhadoras vão impedir que os direitos sejam varridos do mapa brasileiro. A CUT, a maior e mais combativa central sindical do Brasil, coloca-se na linha de frente para fazer essa luta.
Mas é preciso que todos participem. Procure seu sindicato, busque informações com seus companheiros de trabalho e prepare-se para fazer parte das mobilizações que vão culminar na Greve Geral, absolutamente necessária se os golpistas insistirem nessa aventura louca de desprezo pelo povo e pelo futuro do Brasil.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT