Em nome dos trabalhadores da Educação, alunos e familiares, vimos a público solicitar medidas urgentes e fiscalização exemplar por parte das autoridades competentes neste momento em que vivenciamos a volta às aulas presenciais na região do ABC.
Estamos entrando no terceiro ano da pandemia e, infelizmente, ainda que saibamos o caminho para reduzir os riscos do contágio da covid-19, presenciamos situações que colocam em risco a vida de todos. No caso das escolas, precisamos ainda mais do esforço múltiplo dos agentes públicos para evitar que se tornem ambientes propícios para a disseminação descontrolada da doença.
Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou recentemente que “a pandemia não está nada perto de acabar, e, com o rápido crescimento da Ômicron globalmente, novas variantes devem surgir”. Ainda, alertou para o estado de exaustão dos profissionais da Saúde, que vivenciaram um intervalo breve de recuo dos casos graves, mas que, nos últimos dias, deparam-se com um aumento exponencial das notificações e internações por síndromes gripais.
Em 2021, notamos uma enorme falha de segurança sanitária em muitas unidades escolares que não dispunham de ventilação adequada, de espaço físico para promover o distanciamento entre os alunos e de controle após notificação positiva de casos entre alunos e/ou funcionários. No SINPRO ABC, em especial, foram recebidas dezenas de denúncias de descumprimento dos protocolos e relatos de medo e angústia por parte dos professores, uma vez que a insegurança atormentava a todos, justamente pela falta de fiscalização das autoridades competentes.
Se continuarmos a mercê deste caso, as escolas, fatalmente, serão, sim, celeiro de novas variantes.
A retomada das atividades presenciais precisa ser feita com prudência e cautela. Dados do Governo do Estado de São Paulo divulgados na semana passada mostram que o número de crianças e adolescentes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) com covid-19 teve alta de 61% nos últimos dois meses.
Precisamos avançar na vacinação e conscientizar pais e responsáveis sobre a segurança e necessidade da imunização das crianças, bem como sempre fora feito com as demais doenças há décadas.
De acordo com o Instituto Butantan, “a covid-19 já matou mais de 1.400 crianças de zero a 11 anos no Brasil e deixou outras milhares com sequelas”. Por razões como essa, dentre outras, enquanto não se completar a imunização desta faixa etária, é preciso intensificar com rigidez a fiscalização de ambientes fechados.
A Educação nunca parou. Ela seguiu se adaptando a novos modelos para que nossos alunos tivessem o mínimo de impacto no aprendizado. Mas sabemos da importância do convívio no processo de desenvolvimento e da formação escolar/social e, para que isso seja feito de forma responsável e segura, precisamos de controle, fiscalização e cumprimento de regras e medidas não farmacológicas. Caso contrário, viveremos mais um ano de perdas irreparáveis de professores, trabalhadores, alunos, amigos e vidas.
Diante do exposto, torna-se flagrante a necessidade de repensar a retomada das atividades presenciais nas escolas públicas e privadas na nossa região, ainda mais nas unidades que atendem crianças até 11 anos, que estão começando o ciclo vacinal exatamente agora. Assim, solicitamos aos sete prefeitos da região que cuidem do bem estar da nossa população e tomem medidas que venham a somar no combate à pandemia, não expondo todos os envolvidos no processo de ensino / aprendizagem aos riscos de contágio e transmissão de um vírus que tem demonstrado um grande poder de destruição do nosso povo.
SINPRO ABC
Apeoesp Santo André
Apeoesp São Caetano do Sul
SindServ Santo André
SindServ São Bernardo do Campo
ASPESCS
Servidores em Ação/SCS