Reforma política: da vontade à mobilização!

A presidenta Dilma Rousseff, reeleita no último domingo (26), terá um grande desafio no próximo mandato: o conservadorismo do Congresso Nacional, o maior desde 1964, ano do golpe militar no Brasil. Mas essa realidade, aliada aos obstáculos enfrentados durante a campanha, contribui para evidenciar ainda mais a necessidade daquela que tem sido chamada de “a reforma das reformas”: a política.

A resposta ao Congresso conservador será, sem dúvida, a intensificação da atuação dos movimentos sociais e populares. E ela é essencial para garantir o cumprimento do que a própria presidenta colocou como prioridade, tanto em seu pronunciamento após a vitória nas urnas, quanto na reunião realizada ontem (28) com o vice-presidente Michel Temer.

No domingo, o discurso de Dilma deu respaldo ao plebiscito popular realizado em setembro em que a maioria esmagadora dos votantes – mais de 97% – disse SIM à necessidade da reforma. “A palavra mais repetida, mais dita, mais falada, mais dominante foi mudança. O tema mais amplamente invocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige. Dentre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política”, afirmou Dilma.

Já nesta terça-feira, após a reunião, Temer ressaltou a defesa do diálogo amplo feito pela presidenta. “Ela está em busca da união nacional em todos os setores brasileiros, vamos trocando ideias sobre isso. O objetivo é exatamente esse: passado o calor e a paixão eleitoral, fazer uma unidade em todo o país. Isso significa diálogo, como ela tem repetidamente dito, com todos os setores”, ressaltou.

Para a Contee, (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino) e para o SINPRO ABC essa é uma pauta essencial, a qual deve englobar todas as questões relacionadas ao sistema político, como o financiamento público de campanhas, a sub-representação das mulheres, indígenas e negros no parlamento e a importância do fortalecimento de mecanismos de democracia, incluída a participação em conselhos e a construção de referendos e plebiscitos, que permitam ao povo participar das decisões políticas de forma efetiva. E, se vontade política existe, a julgar pelas falas de Dilma, é essencial, agora, transformá-la em mobilização!

Da redação da Contee, com informações da Agência Brasil


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