O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) lançou em seu perfil de Facebook, na tarde desta terça-feira (5), a iniciativa “Chega de Pagar Mico”, em ironia à posição política da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em 1º de outubro do ano passado, a entidade patronal criou a campanha "Não vou pagar o pato" para defender o impeachment da presidenta da República Dilma Roussef (PT), e colocou um pato de 12 metros como decoração de sua sede na avenida Paulista, em São Paulo.

Além de um mascote, Damous também criou o slogan “Impeachment sem Base Legal é Golpe: Chega de Pagar Mico”. Segundo ele, é necessário que a federação explique de forma transparente os recursos financeiros utilizados na campanha a favor da queda de Dilma, já que é financiada a partir do imposto sindical pago pelas empresas de seu setor.

“Já se sabe que parte dos valores investidos vem do Sistema S [entidades de direito privado, como Senai, Senac, Senar, Sesi e Sesc, que administram recursos públicos]. É preciso que o Ministério Público investigue corretamente os milhões usados nessa campanha e tome providências”, escreveu o deputado.

Trabalhadores

Para o parlamentar, que já foi ex-presidente da seção carioca da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), outro aspecto nebuloso na campanha da Fiesp diz respeito às posições defendidas pela entidade e seus representados. De acordo com Damous, está claro que, caso o impeachment seja bem sucedido, os trabalhadores teriam perdas.

“Outro aspecto que não pode ser desconsiderado é que quem vai 'pagar o pato', de fato, é a classe trabalhadora. Afinal, parte do empresariado brasileiro deseja reduzir os direitos sociais e trabalhistas [por meio da flexibilização da CLT]”, afirma.

Pato furado

A Fiesp levou, no dia 29 de março, um pato inflável de 20 metros de altura até Brasília. Além dele, 5.000 “patinhos” cobriram o gramado em frente ao Congresso Nacional. 


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