SINPRO ABC comemora 30 anos em defesa dos professores e professoras

No início da década de 1980, depois de vários anos de lutas e reivindicações, uma questão rondava um grupo de professores da região do Grande ABC – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul: “por que não criamos nosso próprio sindicato?”.

Amadurecida a ideia, em 1984 era fundada a Associação Profissional dos Professores do ABC (APRO-ABC). O futuro sindicato dos professores nascia em um período turbulento da vida política do país. “Era um contexto muito distinto do que vemos hoje, pois na época lutávamos pelo fim da ditadura militar no Brasil”, lembra o professor José Carlos Oliveira Costa, o primeiro presidente do sindicato dos professores do ABC e atual diretor da instituição.

Em março de 1986, no berço do sindicalismo brasileiro, o Sinpro ABC recebia sua carta sindical. Segundo Oliveira, ao longo dos 30 anos do Sinpro ABC, diversas conquistas foram somadas, como a garantia do piso salarial, da hora-atividade, de bolsas de estudos e o pagamento de janelas.

As convenções e os acordos coletivos desde 1988 passaram a assegurar os direitos dos professores e professoras. No fim da década de 1980, após participar de várias rodadas de negociação, o Sinpro ABC assina a Convenção Coletiva do 1º e 2º Graus e Cursos Livres. E nessa mesma época o Sinpro ABC passa a integrar o conjunto de sindicatos que compõem a Federação dos Professores do Estado de São Paulo, a Fepesp.

Hoje, nas três cidades que compõem o Grande ABC, os docentes das escolas particulares somam um batalhão de seis mil trabalhadores, em cerca de 300 instituições de ensino, do fundamental ao superior. Esses profissionais são responsáveis pela educação e aperfeiçoamento de centenas de milhares de alunos, que estudam na rede privada da região.

Na opinião do atual presidente do sindicato, o professor José Jorge Maggio, o trabalho coletivo se faz importante para recuperar a cada ano o poder aquisitivo da categoria, principalmente em um momento decisivo como é o da Campanha Salarial. “Temos que trabalhar para readquirir o poder de ganho da classe e assim conquistar mais profissionais, já que a renovação dos professores e professoras é necessária, pois revigora não somente o ensino nas escolas, mas também dá novo fôlego à categoria.”

Hoje, o Sindicato dos Professores do ABC reúne mais de três mil associados e, na defesa de diversas bandeira, se articula constantemente com outras categorias da região. De acordo com Maggio, “ a luta dos movimentos sindicais se dá pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, guiando-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais”.

O Sinpro ABC desde seu nascimento firmou um compromisso com a força e com a combatividade. Se ainda em 1986 realizou sua primeira greve de cinco dias, ao longo de 30 anos reforçou diretrizes básicas do trabalhador e vem fortalecendo reivindicações e lutando pela garantia de uma boa qualidade de trabalho nas unidades de ensino.

O perfil dos professores e professoras mudou em três décadas de avanços e conquistas. A ideia do sacerdócio, comumente atrelada à profissão, foi dando lugar ao reconhecimento acadêmico e financeiro da categoria. O Sinpro ABC faz parte dessa luta.

Bandeiras de luta do Sinpro ABC:

Pelo ensino laico, gratuito e de qualidade em todos os níveis;

Pela apuração da corrupção sem perseguições políticas;

Pela democratização dos grandes meios de comunicação de massa;

Contra a reforma da Previdência;

Pela preservação e ampliação de direitos dos trabalhadores;

Por uma política econômica que não penalize os assalariados;

Pela reforma tributária que taxe as grandes fortunas e a renda;

Por um Poder Judiciário livre, independente e imparcial;

Em defesa da Petrobras e do pré-sal para os brasileiros;

Contra qualquer tentativa de golpe e pela democracia!


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