Como ficarão as campanhas salarias com a reforma trabalhista?
De acordo com avaliação do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese) a reforma trabalhista cria inúmeras possibilidades de flexibilizar e reduzir direitos não apenas na lei, mas também nas Convenções Coletivas. A avaliação é do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, feita na 14a Jornada Nacional de Debates sobre a Reforma Trabalhista, realizada pela Instituição em São Paulo e que também acontecerá em diversas capitais brasileiras.
No encontro, Ganz Lúcio, fez um resumo da nova legislação e das mudanças: na legislação trabalhista propriamente dita, no papel dos sindicatos e na atuação da Justiça do Trabalho. A Lei 13. 467 limita o espaço de ação dos sindicatos e da Justiça trabalhista, instituições que hoje estabelecem freios ao poder patronal.
Segundo o diretor do Dieese, as próximas campanhas salariais serão marcadas por uma política agressiva das entidades patronais para reduzir conquistas. “Se os sindicatos não aceitarem, os patrões vão negociar diretamente com os seus empregados", afirmou Clemente.
Para ele, será preciso formular estratégias sobre bases diferentes e muito mais complexas. Um dos desafios dos sindicatos será mostrar aos trabalhadores que os salários não terão mais a primazia nas campanhas salariais. O grande jogo será em torno da manutenção de direitos, até mesmo os básicos.