Povo brasileiro está cada dia mais pobre devido à política recessiva do governo Temer
RETOMADA DA ECONOMIA? ONDE? QUANDO?
A economia brasileira ainda está muito longe da retomada anunciada pelo governo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e alardeada pelos grandes veículos de comunicação. Eles deram sustentação ao golpe de 2016 e agora tentam manter em pé este governo, mesmo diante da piora na qualidade de vida povo do brasileiro.
O boletim de conjuntura do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de maio mostra que “não há nenhum indicador econômico que aponte para algo positivo. As baixas taxas inflacionárias, longe de representar o sucesso da política econômica, significam o fracasso da retomada do crescimento”.
Ainda de acordo com o boletim, a taxa de inflação inferior à meta estipulada pelo governo é consequência direta de uma das mais drásticas depressões da história do país, que fez com que o PIB acumulasse uma queda de quase 7% entre 2015 e 2016. Além do irrisório crescimento de 1% em 2017, a perspectiva é de que a economia continue estagnada este ano.
A técnica da subseção do Dieese da CUT, Adriana Marcolino, explica o vai e vem da economia brasileira que não sai do lugar. Segundo ela, “apesar da taxa de juros Selic ter caído, a taxa de juros real (Selic menos inflação) ainda é muito alta, além das exorbitantes taxas de juros para crédito de pessoa física oferecidas pelos bancos, que continuam registrando lucros recordes – Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil tiveram lucro de R$ 17,406 bilhões entre janeiro e março”. Marcolino ressalta que “ ao contrário do que ocorreu no governo Lula, Temer não está utilizando os bancos públicos para forçar a queda dessas taxas dos bancos privados, o que só aumenta o lucro dos banqueiros e prejudica a população".
De acordo com análise feita pelo Dieese, não há como sair da estagnação econômica crônica adotando um padrão típico de economia dependente, como vem fazendo o governo Temer. A longa permanência dos investimentos em baixo patamar sintetiza a dificuldade do Brasil para crescer de modo sustentado.
O técnico da subseção do Dieese da CUT, Leandro Horie, destaca, ainda, que nem mesmo a PEC 95 (Teto dos Gastos), que congelou os gastos com saúde, educação, benefícios previdenciários e investimentos públicos, conseguiu gerar superávit para o governo.
“A recessão está destruindo as contas públicas porque está destruindo a arrecadação, o que pode colocar em risco a chamada regra de ouro da Constituição, que é um mecanismo de política fiscal para barrar desequilíbrios orçamentários”.
Acordos coletivos em queda
De acordo com o levantamento do Dieese, 2.802 acordos foram registrados no primeiro semestre deste ano - 29% a menos do que no mesmo período de 2017. Já entre 2012 e 2017, a média dos instrumentos coletivos de trabalho foi de 3,8 mil.
Segundo Vagner Freitas, presidente da CUT, esse é um dos motivos para a queda econômica , já que as conquistas trabalhistas e os salários estão sendo vinculados diretamente com o empobrecimento da classe trabalhadora. “A nova lei trabalhista deixou o trabalhador mais ainda na mão do patrão”, diz o dirigente, lembrando que, “nos governos de Lula e Dilma foram gerados 20 milhões de postos de trabalho com carteira assinada sem que para isso fosse necessário mexer na CLT”.
“Além disso”, ressalta Vagner, “nos governos de Lula e Dilma as categorias conseguiam negociar, além da inflação, aumento real de salário. Isso sem falar na política de valorização do salário mínimo, que subiu por 11 anos consecutivos e agora teve essa política interrompida pelo golpista Temer”.
- Confira a íntegra do boletim de conjuntura do Dieese (maio 2018)
https://admin.cut.org.br/system/uploads/ck/CUT_Brasil/boletim%20DIEESE%20Conjuntura%20maio20418%20%281%29.pdf