Por Denise L. Marques
Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele. Há um grande equívoco, que ao invés de ser sanado pelos meios de comunicação, é ainda mais fortalecido, uma vez que não existe uma preocupação real de apresentar pareceres fundamentados e abalizados por especialistas que possam, com sua contribuição, elucidar questões sobre o bullying e suas consequências.
A mídia tem banalizado a questão e tudo nas escolas se apresenta como bullying, desde uma briga única com um amigo, que ocorra fora da escola ou em suas imediações, até uma bolinha que acerte, em cheio, a cabeça de um colega. Há pais que chegam dizendo que seu filho foi bolinado pelo colega, desconhecendo, completamente o sentido do verbo bolinar, e a diferença de significado deste em relação ao termo inglês, de pronúncia parecida. Alguns deles chegam a questionar se a ocorrência registrada na escola serve para que eles pleiteiem a “multa” que a lei prevê, do pai do aluno autor.
Ora, parece-nos que à mídia caberia o esclarecimento da sociedade quanto a um assunto tão complexo que merece, a nosso ver, ser tratado com a mesma seriedade destinada aos jogos de futebol, onde cada um dos times é ouvido, cada um dos técnicos é entrevistado, sem falar nas inúmeras entrevistas com os jogadores. Ou, ainda, com a mesma exatidão com que se reportam a divulgação dos índices inflacionários, dos índices da bolsa de valores, enfim, com o mesmo respeito que destinam aos grandes empresários, banqueiros, grandes produtores rurais que, se e quando citados, tem o direito de ser ouvidos. Até hoje, pouco li em nossos periódicos matérias elucidativas sobre a questão.
Faz-se necessário encarar com maior idoneidade assuntos de interesse da população. Faz-se necessário apurar fatos e veracidade de informações e declarações de muitas ONGs e pessoas que estão aproveitando a “moda bullying” para se promover, ou em benefício próprio. As famílias precisam se preparar melhor para ajudar seus filhos a enfrentar problemas, que algumas vezes são abordados, com certa maldade, pelos adolescentes.
Qual de nós na adolescência não sofreu brincadeiras a respeito da obesidade ou excesso de magreza? Pelo nariz protuberante ou a gagueira? Pela fala estridente ou dentição irregular? E a adolescência é a fase em que nos encontramos nas escolas. O mundo adulto está cheio destas brincadeiras. A sociedade pratica bullying em todos os seus segmentos. Então porque a culpabilização das Escolas? Família, Sociedade e Escola precisam trabalhar juntas para a superação deste problema. O importante é que ajudemos nossos adolescentes a lidar com a situação, não que os fragilizemos e os coloquemos em uma redoma. Nem a super proteção, nem a punição são respostas ideais, e o mais importante é reconhecermos que esta é uma responsabilidade social. E o papel da mídia, neste quadro, é informar, nunca desinformar. Abandonar o sensacionalismo, que vende jornais e aumenta os índices de audiência, e assumir sua responsabilidade na formação de opinião. Acredito que há que se educar as crianças para que se tornem pessoas idôneas, críticas e atuantes. Há que se educar os pais para que criem pessoas responsáveis, imparciais e comprometidas com a verdade e com a sociedade... Há que se ler muita besteira, antes que a mídia se perceba como formadora de opiniões.
Denise L. Marques é secretária de Imprensa do SINPRO ABC
Por Denise L. Marques

Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele. Há um grande equívoco, que ao invés de ser sanado pelos meios de comunicação, é ainda mais fortalecido, uma vez que não existe uma preocupação real de apresentar pareceres fundamentados e abalizados por especialistas que possam, com sua contribuição, elucidar questões sobre o bullying e suas consequências.

A mídia tem banalizado a questão e tudo nas escolas se apresenta como bullying, desde uma briga única com um amigo, que ocorra fora da escola ou em suas imediações, até uma bolinha que acerte, em cheio, a cabeça de um colega. Há pais que chegam dizendo que seu filho foi bolinado pelo colega, desconhecendo, completamente o sentido do verbo bolinar, e a diferença de significado deste em relação ao termo inglês, de pronúncia parecida. Alguns deles chegam a questionar se a ocorrência registrada na escola serve para que eles pleiteiem a “multa” que a lei prevê, do pai do aluno autor.

Ora, parece-nos que à mídia caberia o esclarecimento da sociedade quanto a um assunto tão complexo que merece, a nosso ver, ser tratado com a mesma seriedade destinada aos jogos de futebol, onde cada um dos times é ouvido, cada um dos técnicos é entrevistado, sem falar nas inúmeras entrevistas com os jogadores. Ou, ainda, com a mesma exatidão com que se reportam a divulgação dos índices inflacionários, dos índices da bolsa de valores, enfim, com o mesmo respeito que destinam aos grandes empresários, banqueiros, grandes produtores rurais que, se e quando citados, tem o direito de ser ouvidos. Até hoje, pouco li em nossos periódicos matérias elucidativas sobre a questão.

Faz-se necessário encarar com maior idoneidade assuntos de interesse da população. Faz-se necessário apurar fatos e veracidade de informações e declarações de muitas ONGs e pessoas que estão aproveitando a “moda bullying” para se promover, ou em benefício próprio. As famílias precisam se preparar melhor para ajudar seus filhos a enfrentar problemas, que algumas vezes são abordados, com certa maldade, pelos adolescentes.

Qual de nós na adolescência não sofreu brincadeiras a respeito da obesidade ou excesso de magreza? Pelo nariz protuberante ou a gagueira? Pela fala estridente ou dentição irregular? E a adolescência é a fase em que nos encontramos nas escolas. O mundo adulto está cheio destas brincadeiras. A sociedade pratica bullying em todos os seus segmentos. Então porque a culpabilização das Escolas? Família, Sociedade e Escola precisam trabalhar juntas para a superação deste problema. O importante é que ajudemos nossos adolescentes a lidar com a situação, não que os fragilizemos e os coloquemos em uma redoma. Nem a super proteção, nem a punição são respostas ideais, e o mais importante é reconhecermos que esta é uma responsabilidade social. E o papel da mídia, neste quadro, é informar, nunca desinformar. Abandonar o sensacionalismo, que vende jornais e aumenta os índices de audiência, e assumir sua responsabilidade na formação de opinião. Acredito que há que se educar as crianças para que se tornem pessoas idôneas, críticas e atuantes. Há que se educar os pais para que criem pessoas responsáveis, imparciais e comprometidas com a verdade e com a sociedade... Há que se ler muita besteira, antes que a mídia se perceba como formadora de opiniões.

Denise L. Marques é secretária de Imprensa do SINPRO ABC

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