NOTA DO SINPRO ABC SOBRE AS RECENTES MANIFESTAÇÕES NO BRASIL 

O Brasil explodiu em manifestações que mobilizaram dezenas de milhares de pessoas, a maioria jovens. Neste momento também há uma explosão de comentários, interpretações e tentativas de análises dos especialistas de diversas ciências humanas e correntes de pensamento. São leituras de natureza diversa e tão variadas quanto as cores presentes nas ruas: do entusiasmo com o “acordar do gigante” à preocupação com uma postura patriótico-reacionária; da pauta objetiva do Movimento Passe Livre, à indignação genérica contra a corrupção; do neófito que seguiu a onda levando bandeira do Brasil e máscara de Guy Fawkes ao militante experiente que já estava na rua há tempos enfrentando a truculência policial.
A razão deste texto não é acrescentar mais uma interpretação, mas chamar a atenção para o nosso papel como professores-formadores de opinião, pois somos nós que estamos cotidianamente com esses jovens na sala de aula, discutindo questões que muitos deles poucas vezes têm chance de discutir com profundidade. Portanto, é importante e necessário reservarmos tempo suficiente para ouvir e orientar nossos alunos, sempre atentando para um dos princípios essenciais da educação, que é o desenvolvimento do indivíduo-cidadão crítico e autônomo.
É possível observar que as reinvindicações têm em comum o foco nas políticas sociais de base, como saúde, educação e transporte, as mesmas que foram atacadas pelo modelo neoliberal implantado no país nas últimas décadas. Assim, sem esquecer o protagonismo das massas, torna-se necessário e urgente o fortalecimento de uma escola de base com conteúdo cidadão junto com o aperfeiçoamento dos canais institucionais de participação política.
Aproveitamos para lembrar que o SINPRO ABC sempre esteve ao lado dos movimentos sociais, o que é, inclusive, um compromisso estatutário. E também juntamos nossa voz às reivindicações pela melhoria de condições da mobilidade urbana, pois somos de uma categoria que sofre diariamente ao realizar trajetos de uma escola a outra na região do ABC e capital, dobrando jornadas a fim de complementar o salário e somando o estresse do trabalho ao do trânsito. A luta por transporte público de qualidade é de todos. Também aproveitamos para reafirmar as atuais reivindicações dos trabalhadores organizados do campo e da cidade, dentre as quais, as mais urgentes são:

- O fim dos leilões do petróleo
- O fim do fator previdenciário;
- A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário;
- A reforma agrária;
- O fim do Projeto de Lei 4330, que generaliza e aprofunda a terceirização;
- Os 10% do PIB e royalties do petróleo para a educação exclusivamente pública;
- A gratuidade de todos os serviços públicos;
- A correção da tabela do Imposto de Renda;
- A taxação das grandes fortunas;
- Regulamentação dos Meios de Comunicação, com revisão das concessões de rádio e tevê;
- Reforma política e tributária;
- A desmilitarização da polícia.

SINPRO ABC

 

Clique nos links abaixo para saber a opinião de alguns dos nossos diretores:

 

José Carlos: Caro(a)s Colegas http://www.sinpro-abc.org.br/index.php/component/content/article/60-artigo/688-caroas-colegas.html

Nelson Berterello: Afinal, quem são esses vândalos? http://www.sinpro-abc.org.br/index.php/component/content/article/60-artigo/690-afinal-quem-sao-esses-vandalos.html

Paulo Yamaçake: Repercussões dos protestos populares http://www.sinpro-abc.org.br/index.php/component/content/article/60-artigo/689-repercussoes-dos-protestos-populares.html


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