A reunião teria ocorrido no dia 25/05 para discutir propostas da educação sob o governo interino. Diante do golpe dado, o Ministério só poderia ser de fato composto por integrantes que fizessem jus ao desgoverno Temer. No entanto, ainda que sem nenhuma expectativa, esperava-se, no mínimo, respeito e seriedade frente ao MEC, que representa o maior bem da população: a Educação. Até mesmo a mídia que ajudou a organizar o golpe ridicularizou o encontro entre o ministro e o ator pornô.

Mendonça Filho foi parte da força que reagiu na Justiça contra a universalização do Fies, a instalação do ProUni e do Pronatec e a lei que obriga o investimento de 75% dos royalties do petróleo na educação. Ele também se opôs ao Plano Nacional da Educação, ao crescimento da participação da Educação para 10% do PIB, e abriu ações diretas de inconstitucionalidade contra as cotas raciais e sociais no ensino superior.

O encontro com Alexandre Frota ocorreu um dia após Temer anunciar a redução dos gastos com Educação e Saúde. De acordo com a Constituição, é dever do Estado o direito da população com um percentual para investimento. O presidente interino quer tirar tal obrigatoriedade, reduzindo o investimento público em saúde e educação.

De acordo com Madalena Guasco, coordenadora geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), “estamos muito preocupados com as medidas anunciadas, principalmente a proposta da PEC que desvincula receitas para a educação e saúde. Isso irá trazer um colapso na saúde e educação públicas. O enfraquecimento de tais áreas tem como finalidade a retirada dos direitos universais e a privatização”, comenta Madalena. Ela alerta para o fato das medidas nada terem a ver com contenção de despesas e aumento de receitas: “O que está sendo tramado tem endereço certo: o prejuízo do povo em favor do capital voraz”.

A coordenadora geral convoca todas as entidades de educação para uma grande e representativa plenária no dia 8 de junho, em Brasília, onde coletivamente serão discutidas e encaminhadas ações que visam resguardar em especial a educação  da gana  e do desrespeito dos golpistas e seus apoiadores.

Em virtude do quadro político de nosso país, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE) promove, no dia 8 de junho, em Brasília, a II Plenária Nacional de Educação em defesa da democracia, da garantia da educação pública e gratuita, do cumprimento do PNE e do desenvolvimento soberano do Brasil.

A Plenária será realizada das 10h às 17h e em breve a Contee divulgará o local da atividade que será gravada e fará parte do acervo da TV Contee disponível para todos.

O encontro seguirá as diretrizes da primeira Plenária, realizada em 2014, na qual se deliberou sobre o Manifesto da Educação, entregue à presidenta Dilma Rousseff na abertura da Conae daquele ano. Entre as pautas da II Plenária está a elaboração de documento sobre o fortalecimento do Fórum Nacional de Educação e cumprimento do Plano Nacional de Educação.

Confira a Programação da II Plenária Nacional de Educação

9h30min – Credenciamento

10h15min – Exposição de cada entidade, em até 15 minutos, sobre as perspectivas para o próximo período da sua entidade de representação.

12h30min -  Encaminhamentos

13h – Almoço

14h – Debate sobre a organização de estratégias conjuntas de enfrentamento.

15h40min – Elaboração de um documento sobre o “Fortalecimento do FNE, cumprimento do PNE, Sistema Nacional de Educação e as Políticas Públicas do governo Dilma, contra a aprovação da PEC que pretende a desvinculação  das verbas para a educação e saúde, pela manutenção do fundo do pré-sal para a Educação.

16h30min – Apresentação da proposta de documento sistematizado pelas entidades, discussão, aprovação e assinatura.

17h – Encaminhamentos e plano de luta.

A FEPESP - Federação dos Professores do Estado de São Paulo divulgou seu novo estudo sobre a Saúde financeira do Ensino Superior Privado. E que saúde: nosso estudo indica que nos últimos quatro anos, de 2011 a 2015, a receita bruta das empresas de educação com capital aberto cresceu 328% - enquanto as condições de trabalho e os vencimentos dos docentes não avançaram, nem de perto, no mesmo ritmo.

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